Segundo relato de uma pessoa próxima da família, Ilana Kalil, mulher de ginecologista Renato Kalil, apresentava sinais de depressão
A morte de Ilana Kalil, de 40 anos, ocorreu dentro de um contexto marcado por sinais de depressão e incluiu uma mensagem de despedida para as filhas, segundo relato ao Metrópoles de uma pessoa próxima da família.
Mulher do ginecologista Renato Kalil, ela foi encontrada morta, na madrugada desta segunda-feira (14/3), na residência onde eles moravam em São Paulo. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso foi registrado como suicídio.
Médico Renato Kalil, obstetra acusado de abuso sexual e obstétrico
Renato e Ilana Kalil
Ilana Kalil com o marido, RenatoReprodução/Instagram
A fonte ouvida pelo Metrópoles, que pediu para não ser identificada, relatou que Ilana se trancou em um dos cômodos e redigiu uma mensagem a suas filhas. E também teria falado, pela última vez, com o marido por telefone. Renato Kalil estava na casa no momento.
Pouco tempo depois, o corpo de Ilana foi encontrado neste mesmo cômodo com um tiro na cabeça. Todos os exames estão sendo feitos para confirmar a linha de investigação, de suicídio, entre eles, o exame residuográfico — que identifica vestígios de pólvora nas mãos.
A fonte, com acesso próximo à família, disse ainda que a suspeita de uma possível depressão coincidiu com denúncias que surgiram contra Renato Kalil. O casal, de acordo com a amiga da família, estaria inclusive recebendo ameaças.
Em dezembro do ano passado, Kalil foi acusado de violência obstétrica pela influenciadora Shantal Verdelho. Depois, outras pacientes fizeram denúncias semelhantes. Kalil negava as acusações.
Ele também já recebeu a cantora Maraisa no consultório, no Itaim Bibi.
Reprodução
Ginecologista Renato Kalil é investigado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo após relato da influencer Shantal Verdelho.
Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.
Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.
Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.
O Núcleo de Saúde Mental (Nusam) do Samu também é responsável por atender demandas relacionadas a transtornos psicológicos. O Núcleo atua tanto de forma presencial, atendendo em ambulância, como a distância, por telefone, na Central de Regulação Médica 192.
Disque 188
A cada mês, em média, mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília em que se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.
Fonte: Metrópoles