Queda de paredão de cânion deixou 7 mortes, segundo os bombeiros de Minas Gerais. Causas do desabamento ainda não foram esclarecidas; Marinha e Polícia Civil investigam.
Imagens mostram momentos após pedra atingir lanchas em Capitólio, MG
O desabamento de pedras em um cânion no lago de Furnas, em Capitólio (MG), deixou 7 mortos neste sábado (8) após atingir 4 embarcações que estavam na área.
Veja o que se sabe e o que ainda falta esclarecer:
- Quantos mortos e feridos no acidente?
- Qual o horário do deslizamento?
- Quais as causas do desmoronamento?
- Como é a formação rochosa da região?
- Os turistas podiam estar no local?
- Como é o Lago de Furnas em Capitólio?
Quantos mortos e feridos no acidente?
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais confirmou 7 mortes pelo deslizamento até a última atualização desta reportagem. 4 embarcações receberam impactos de pedras (sendo que 2 foram atingidas diretamente pelo paredão).
As vítimas são 3 mulheres e 4 homens, informou o delegado de Capitólio; ninguém foi identificado ainda.
Ao todo, 34 pessoas estavam envolvidas no acidente; 27 pessoas foram atendidas e liberadas com ferimentos leves, mas 4 ainda estão internadas.
A estimativa inicial era de que 20 pessoas podiam estar desaparecidas, mas o número foi atualizado para 4, disseram os bombeiros. O número foi levantado com base em relatos de empresas de turismo e familiares de pessoas na região.
As buscas continuam, mas os trabalho foram suspensos durante a noite para a segurança da equipe de resgate, e serão retomados na manhã de domingo. 40 bombeiros e mergulhadores estão no local, mas o mau tempo impediu a chegada do helicóptero do Corpo de Bombeiros ao local.
Qual o horário do deslizamento?
O desmoronamento das rochas aconteceu por volta de 12h30, segundo informações do Corpo de Bombeiros.
Quais as causas do desmoronamento?
Ainda não há informações oficiais sobre as causas do incidente. Pela manhã, a Defesa Civil de Minas Gerais havia feito um alerta sobre chuvas intensas e a possibilidade de ocorrências de “cabeça d’água’ na região de Capitólio, mas ainda não há uma confirmação de isso ser a causa das quedas no cânion.
A Marinha disse que será investigado por que os passeios foram mantidos mesmo com os alertas.
Por meio de nota, a Marinha do Brasil informou que um inquérito será instaurado para apurar causas, circunstâncias do acidente. A Polícia Civil também investiga o caso.
Um segundo vídeo mostra passageiros de uma das lanchas tentando avisar sobre o deslizamento da pedra segundos antes de ela cair:
Passageiros de lancha tentam avisar sobre desabamento de cânion em Capitólio, MG
Em entrevista a GNews, geóloga Joana Paula Sanchez, professora de geologia da Universidade Federal de Goiás, disse que mapeamento das áreas de risco poderia ter evitado o acidente. Veja:
Geóloga diz que mapeamento geológico poderia evitar tragédia em Capitólio (MG)
Como é a formação rochosa da região?
A região de Capitólio é basicamente formada por rochas sedimentares que possuem uma resistência menor.
“A entrada de água nessas áreas podem fazer a rocha perder a coesão, que é a resistência interna. E pode haver uma ruptura como essa”, explicou tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
Forma como rocha caiu em Capitólio (MG) agravou situação, diz bombeiro
Gustavo Cunha Melo, especialista em gerenciamento de risco, disse em entrevista à GNews que a rocha aparentava estar com muita erosão. “A tromba d’água pode explicar o desabamento neste momento? Pode, assim como também não precisava nada – ela ia desabar em algum momento por erosão, por um processo natural”, afirmou.
Aihara explicou que o desmoronamento de rochas é comum em Capitólio, mas o que agravou a situação foi o tamanho e modo como as pedras caíram. “Nesse caso, como a gente teve esse tombamento perpendicular, e pelo tamanho da rocha, a gente acabou tendo essas pessoas diretamente afetadas”, disse.
Geralmente, esse tipo de desmoronamento acontece com as rochas caindo até mesmo “de pé”, e não perpendicular, como foi neste acidente.
Os turistas podiam estar no local?
Após o incidente, a área foi isolada. Ainda não há informações se as pessoas podiam estar nas proximidades dos cânions. Os bombeiros disseram que cabe a Marinha informar se os turistas poderiam estar no local.
O prefeito de Capitólio, Cristiano Silva, disse em entrevista à GloboNews que nenhuma norma impedia as lanchas de estar naquele local, próximas do paredão. Segundo ele, o que não pode é atracar no cânion para que os banhistas entrem na água.
Como é o Lago de Furnas em Capitólio?
Conhecido como “Mar de Minas”, o Lago de Furnas é um dos maiores lagos artificiais do planeta. A região é formada por seus famosos cânions e águas navegáveis. Antes da chegada da água, haviam diversas fazendas que agora estão submersas.