Contudo, jornalista terá de ficar em prisão domiciliar
A jornalista independente cubana Camila Acosta, colaboradora do jornal espanhol ABC em Havana, foi liberada após permanecer quatro dias na prisão e ficará em prisão domiciliar, informou o veículo de imprensa nesta sexta-feira (16).
Acosta havia sido detida na segunda-feira (12) por agentes cubanos quando ela saía de casa, da qual foram levados equipamentos de trabalho (como um computador), por supostos crimes contra a segurança nacional, acusação que o país costuma usar contra dissidentes, segundo ABC.
Um dia antes, no domingo (11), Acosta cobriu os protestos em Havana, os maiores ocorridos em Cuba em mais de 60 anos. As autoridades cubanas acusaram a jornalista de “desacato” e de “desordem pública”, segundo a família dela.
O jornal espanhol afirma que Camila Acosta é sua correspondente em Havana, mas o governo cubano nega, já que a jornalista não tem o credenciamento oficial de trabalhadora da imprensa estrangeira.
Acosta é uma conhecida jornalista independente cubana com posições críticas em relação ao governo do presidente Miguel Díaz-Canel. Ela já trabalhou para o portal Cubanet, um dos principais opositores, e foi detida em ocasiões anteriores.
A prisão de Acosta teve forte impacto na Espanha, onde a Federação de Associações de Jornalistas da Espanha (FAPE) e o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, pediram a libertação imediata da jornalista.
Durante os protestos de domingo ocorreram confrontos, e centenas de pessoas foram detidas, entre elas ativistas, opositores e jornalistas independentes, segundo organizações internacionais. Alguns dos presos foram liberados, enquanto outros permanecem em delegacias e prisões de Cuba.