Salvador, 20 de dezembro de 2025
A cidade de Salvador amanheceu sob o impacto de uma tragédia que expõe a fragilidade da segurança pública na Bahia. Três técnicos de uma empresa de internet foram brutalmente assassinados enquanto exerciam suas funções laborais em uma área periférica da capital. O crime, cometido por integrantes de uma facção criminosa local, chocou a população pela frieza e pelo alvo: trabalhadores honestos que buscavam apenas garantir o sustento de suas famílias brasileiras.
O motivo por trás dessa barbárie é ainda mais estarrecedor e revela o domínio territorial do crime organizado no estado. A empresa prestadora de serviço teria se recusado a pagar um pedágio exigido pelos criminosos para a instalação de cabos de fibra óptica na região. Essa cobrança ilegal demonstra que o Estado perdeu o controle de diversas áreas, permitindo que grupos paralelos ditem as regras e decidam quem pode trabalhar honestamente.
Entre as vítimas, o drama humano ganha contornos de crueldade extrema, pois um dos técnicos estava em seu primeiro dia de emprego. O jovem trabalhador, cheio de esperanças por uma nova oportunidade profissional, teve sua vida ceifada precocemente pela violência desenfreada que assola Salvador. Eles não possuíam qualquer envolvimento com atividades ilícitas, sendo apenas prestadores de serviço que se tornaram alvos de uma disputa de poder criminoso inaceitável e cruel.
Há mais de uma década, a Bahia lidera rankings nacionais de violência, consolidando-se como um dos estados mais perigosos do Brasil. O crescimento exponencial do número de facções instaladas no território baiano é a prova irrefutável do fracasso das políticas de segurança pública dos sucessivos governos. A falta de uma estratégia eficaz de combate ao crime organizado permitiu que essas organizações criminosas se fortalecessem, desafiando abertamente as instituições estatais e democráticas.
As repercussões desse descontrole governamental são sentidas em todas as esferas da vida social na Bahia. O medo constante alterou a rotina dos cidadãos, ameaçando ambientes turísticos e encolhendo a vida noturna da capital baiana. A sensação de insegurança é onipresente, afetando o comércio e a prestação de serviços essenciais em comunidades dominadas pelo tráfico. A morte dos técnicos é o ápice de um processo de degradação institucional contínua.
O governo da Bahia parece paralisado diante da ousadia das facções que controlam o acesso a bairros inteiros em Salvador. A ausência do Estado nessas localidades cria um vácuo de poder que é preenchido pela criminalidade organizada e violenta. Sem uma resposta à altura, a população fica refém de regras impostas por bandidos, enquanto as autoridades se limitam a emitir notas de pesar e promessas de investigação que raramente trazem resultados.
A investigação policial agora busca identificar os responsáveis diretos por essa chacina que vitimou os três trabalhadores da internet. Podem ser solicitados novos depoimentos de testemunhas que presenciaram a abordagem criminosa, além de quebras de sigilo telefônico e telemático dos suspeitos. A justiça precisa ser célere e rigorosa para evitar que a impunidade alimente ainda mais a audácia dos grupos que se julgam donos dos territórios em Salvador e região.
No âmbito federal, a atuação do Ministério da Justiça tem sido alvo de duras críticas pela falta de um plano nacional. O atual ministro Lewandowski é visto por muitos analistas como inapetente e fraco diante da gravidade da crise de segurança. A ausência de um papel mais incisivo e profundo do governo federal deixa os estados à mercê de suas próprias limitações, sem uma coordenação centralizada para enfrentar as facções criminosas nacionais.
É fundamental que a sociedade civil se una para exigir mudanças drásticas na condução da segurança pública na Bahia. Não podemos aceitar que a morte de trabalhadores se torne algo rotineiro ou apenas mais uma estatística nos relatórios oficiais. A união de forças é necessária para cobrar planos concretos que devolvam a paz aos bairros e garantam a liberdade de ir e vir de todos os cidadãos brasileiros honestos e trabalhadores.
A tragédia que abalou Salvador é um chamado urgente à ação imediata das autoridades em todas as esferas de poder. Lutar contra a violência exige coragem política e investimentos pesados em inteligência e policiamento ostensivo de qualidade. Somente com um plano de segurança nacional robusto será possível responder a essa barbárie e buscar um futuro mais pacífico. O sangue desses técnicos clama por justiça e por transformações estruturais urgentes agora.
Comentário Crítico:
O descontrole da segurança pública na Bahia atingiu um nível insuportável, onde o crime organizado dita quem pode trabalhar. É inadmissível que o governo estadual assista passivamente ao fortalecimento de facções que cobram pedágio de empresas de serviços essenciais. O fracasso de mais de uma década na gestão da segurança transformou o estado em um território de medo. O cidadão baiano paga impostos caros para receber em troca apenas insegurança.
A inércia do governo federal, personificada na figura do ministro Lewandowski, agrava ainda mais o cenário de violência nacional. Enquanto o crime se nacionaliza e se profissionaliza, Brasília responde com medidas paliativas e discursos vazios de autoridade. O Brasil precisa de um comando centralizado que enfrente as facções com inteligência e força bruta quando necessário. A falta de liderança no Ministério da Justiça é um convite aberto para a criminalidade avançar sempre.
O assassinato dos técnicos é o retrato fiel de um Estado que faliu em sua missão primordial de proteção. Quando o trabalhador honesto vira alvo por se recusar a financiar o crime, a democracia está em xeque. Precisamos passar o país a limpo, exigindo que a segurança pública seja tratada como prioridade absoluta e não como palanque ideológico. A vida humana não pode continuar sendo moeda de troca na mão de bandidos cruéis e impunes.
Por Pr. Rilson Mota
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