Guarapuava, 17 de dezembro de 2025
A juventude brasileira, muitas vezes subestimada, detém um poder eleitoral imenso e ainda pouco explorado. Com milhões de eleitores aptos a votar, essa parcela da população representa não apenas o futuro, mas uma força capaz de redefinir os rumos políticos do país. Compreender suas motivações, anseios e os obstáculos que enfrentam para se engajar é fundamental para qualquer análise séria sobre o processo democrático e a construção de uma sociedade mais representativa.
O engajamento dos eleitores mais novos, contudo, é um desafio complexo. Enquanto alguns se mostram fervorosos defensores de causas sociais e ambientais, outros demonstram um notável desinteresse pela política tradicional. Essa dicotomia reflete a busca por novas formas de participação e a desilusão com modelos antigos, que muitas vezes não dialogam com suas realidades e expectativas. A política, para muitos jovens, precisa ser reinventada para ser relevante.
Um dos principais motivos da abstenção juvenil reside na falta de identificação com os candidatos e partidos existentes. A percepção de que a classe política não os representa ou não aborda suas pautas prioritárias afasta muitos jovens das urnas. Sentem-se à margem de um sistema que parece ignorar suas vozes, suas preocupações com o futuro e suas aspirações por um país mais justo e inclusivo.
A desilusão com escândalos de corrupção e a ineficácia das políticas públicas também contribuem para o afastamento. Muitos jovens cresceram em um cenário de descrença nas instituições, o que gera um ceticismo profundo em relação à capacidade da política de promover mudanças reais. Essa descrença se manifesta na abstenção, no voto nulo ou branco, e na busca por alternativas fora do sistema eleitoral convencional.
No entanto, a juventude possui um potencial transformador inegável. Quando engajada, essa parcela da população é capaz de mobilizar-se rapidamente em torno de causas que considera importantes, utilizando as redes sociais como poderosas ferramentas de articulação. Essa capacidade de organização horizontal e a agilidade na disseminação de informações representam um novo paradigma na mobilização política e social.
As formas de mobilização do voto jovem transcendem os comícios e as propagandas eleitorais tradicionais. Plataformas digitais, influenciadores, memes e debates online são os novos palcos onde as ideias circulam e as opiniões se formam. Partidos e candidatos que não compreendem essa dinâmica correm o risco de se tornarem irrelevantes para essa fatia crucial do eleitorado, perdendo a oportunidade de se conectar com o futuro.
O poder transformador dessa parcela da população reside em sua capacidade de trazer novas pautas para o debate público. Questões como sustentabilidade, direitos humanos, diversidade e inovação tecnológica ganham destaque quando a juventude se engaja. Eles exigem uma política mais ética, transparente e alinhada com os desafios do século XXI, forçando uma renovação necessária no cenário político.
A mobilização jovem não se limita apenas ao período eleitoral. Movimentos sociais, ativismo digital e a pressão por políticas públicas específicas são constantes, demonstrando que o interesse pela política existe, mas se manifesta de maneiras diferentes. Essa energia, se canalizada de forma eficaz para as urnas, pode gerar resultados surpreendentes e impulsionar mudanças significativas na sociedade.
Para atrair o voto jovem, é imperativo que os partidos e candidatos modernizem suas abordagens. É preciso ir além dos discursos vazios e apresentar propostas concretas que dialoguem com as preocupações dessa geração. A construção de pontes de diálogo, a valorização da participação e a inclusão de jovens nas decisões são passos essenciais para reconectar essa parcela da população com a política formal.
O futuro da democracia brasileira depende, em grande parte, da capacidade de engajar e empoderar o voto jovem. Ignorar essa força é um erro estratégico que pode custar caro às instituições e à própria representatividade política. É preciso investir em educação cívica, promover debates construtivos e criar espaços onde a voz da juventude seja não apenas ouvida, mas verdadeiramente valorizada e incorporada.
Em suma, o voto jovem é um motor potente para a renovação política e social. Seus desafios são grandes, mas seu potencial é ainda maior. Ao compreender e acolher essa energia, a sociedade pode construir um futuro mais participativo, inclusivo e alinhado com as aspirações de quem herdará o país. A urna do amanhã já está sendo moldada pela voz da juventude.
Comentário Exclusivo:
A retórica política sobre a “importância do voto jovem” soa cada vez mais vazia quando confrontada com a realidade da abstenção e da desilusão. Partidos e candidatos, presos em estruturas arcaicas, parecem incapazes de dialogar com uma geração que se informa e se mobiliza de formas radicalmente novas. A culpa não é da juventude por “não se interessar”, mas de um sistema que falha em se reinventar, oferecendo mais do mesmo e ignorando as pautas que realmente importam para quem construirá o futuro.
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Por Pr. Rilson Mota





