Guarapuava, 15 de dezembro de 2025
O bullying, essa forma sutil de agressão que se infiltra no dia a dia, afeta milhões de jovens e adultos, deixando marcas profundas que duram décadas. Estudos da Organização Mundial da Saúde indicam que 1 em cada 3 crianças sofre com ele globalmente, com sequelas como depressão e isolamento social. No Brasil, dados do Ministério da Educação apontam para um aumento de 20% em relatos escolares nos últimos anos. Essa violência não verbalizada rouba infâncias e molda futuros, demandando atenção urgente de famílias e instituições para romper o ciclo de dor.
Em ambientes escolares, o bullying clássico surge como insultos constantes ou exclusão social, como o caso de uma adolescente de 14 anos que, por ser considerada “diferente” devido ao seu peso, enfrentava zombarias diárias de colegas. Essa pressão culminou em baixa autoestima crônica, levando a distúrbios alimentares na vida adulta. Especialistas em psicologia infantil, como os da Sociedade Brasileira de Pediatria, alertam que tais experiências iniciais alteram o desenvolvimento cerebral, aumentando riscos de ansiedade generalizada em 40%, segundo pesquisas publicadas em revistas médicas internacionais.
O cyberbullying amplifica o terror ao invadir o espaço digital, onde vítimas como um menino de 12 anos viam fotos alteradas e mensagens humilhantes circularem em grupos de WhatsApp. Sem barreiras físicas, o assédio 24 horas por dia gerou insônia e pânico, evoluindo para transtorno de estresse pós-traumático. Relatórios da UNICEF destacam que 70% das vítimas de bullying online relatam sequelas emocionais persistentes, incluindo fobia social, que impede relacionamentos saudáveis e oportunidades profissionais anos depois.
No ambiente de trabalho, o bullying horizontal – entre colegas – se manifesta como boicotes ou críticas veladas, afetando profissionais como uma enfermeira de 35 anos ridicularizada por sua origem regional. Essa humilhação diária levou a burnout e depressão clínica, forçando-a a mudar de emprego. A Organização Internacional do Trabalho estima que 15% dos casos de estresse laboral derivam de assédios interpessoais, com sequelas como perda de produtividade e até suicídio, custando bilhões em saúde pública globalmente.
Bullying racial ou étnico, comum em comunidades multiculturais, atinge minorias com estereótipos cruéis, como um estudante negro de 16 anos chamado de “preguiçoso” por professores e pares. As sequelas incluem identidade fragmentada e raiva internalizada, manifestando-se em isolamento ou agressividade reativa. Pesquisas da American Psychological Association revelam que vítimas de bullying étnico têm 50% mais chances de desenvolver problemas de saúde mental na idade adulta, perpetuando ciclos de desigualdade social.
A violência de gênero no bullying escolar, como o assédio a meninas por vestimentas ou atitudes “não femininas”, cria traumas de longo prazo. Uma jovem de 15 anos, alvo de comentários sexuais, desenvolveu disforia corporal e evitou interações sociais por anos. A Febrasgo, em estudos sobre saúde feminina, nota que tais experiências elevam riscos de transtornos alimentares em 30%, com impactos na autoimagem que se estendem à vida adulta, afetando casamentos e carreiras.
Bullying físico, embora menos reportado, deixa cicatrizes literais e emocionais, como empurrões em corredores escolares que isolam uma criança de 10 anos de seus pares. Sequelas incluem medos irracionais e hipervigilância, evoluindo para transtornos de ansiedade. O Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA indica que vítimas de agressões físicas têm 2,5 vezes mais probabilidade de suicídio na juventude, sublinhando a urgência de intervenções precoces em escolas.
O bullying homofóbico ou transfóbico, direcionado a jovens LGBTQ+, intensifica o sofrimento com rejeição familiar e social. Um adolescente de 17 anos, exposto por sua orientação sexual, enfrentou exclusão que levou a tentativas de autoagressão. A Associação Americana de Psicologia relata que 40% dessas vítimas desenvolvem depressão maior, com sequelas como dependência química na vida adulta, destacando a necessidade de educação inclusiva para combater preconceitos enraizados.
Em famílias, o bullying parental – críticas constantes ou comparações – gera insegurança crônica, como visto em uma mulher de 28 anos que, humilhada na infância por notas baixas, luta com síndrome do impostor no emprego. Estudos da Universidade de Harvard mostram que sequelas incluem baixa resiliência e relacionamentos tóxicos, com 25% das vítimas apresentando sintomas de estresse crônico décadas depois, enfatizando o papel dos pais como primeiros protetores.
Para combater o bullying e suas sequelas, especialistas defendem programas escolares de empatia e monitoramento digital, além de apoio psicológico acessível. No Brasil, iniciativas como o Programa de Prevenção ao Bullying do MEC visam reduzir incidentes em 30%. A conscientização coletiva é chave: educar gerações para que o silêncio não perpetue feridas. Cada relato pode salvar vidas, transformando vítimas em vozes de mudança em uma sociedade mais compassiva.
Por Pr. Rilson Mota
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