Por Pr. Rilson Mota
Na manhã de 2 de março de 2025, enquanto Guarapuava acordava para mais um dia, o Brasil enfrentava uma realidade que não dorme: o crescimento alarmante dos crimes cibernéticos de abuso infantil. Em um país onde a tecnologia avança, mas a proteção às crianças falha, o Projeto de Lei 4299/20, tramitando na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), propõe um marco: incluir a pedofilia como crime específico no Código Penal. Apresentado pela ex-deputada Rejane Dias (PT-PI), o texto quer punir quem constrange, corrompe ou expõe menores de forma sexual, endurecendo as penas e enfrentando uma epidemia que Guarapuava e o Brasil não podem mais ignorar.
Os números de 2024 da Polícia Federal (PF) mostram o tamanho do problema: 1.003 operações contra abuso infantil, 367 prisões em flagrante, 92 crianças resgatadas e 1.124 mandados de busca cumpridos. Em Guarapuava, o eco desses crimes ressoa nos alertas da PF, que aponta o Paraná como um dos estados mais atingidos, com 105 operações e 40 prisões no ano passado. Plataformas como o Telegram viraram terreno fértil para redes criminosas, escondidas na criptografia e no anonimato, desafiando as barreiras da lei.
A Childhood Brasil, organização que luta pelos direitos de crianças, traz uma verdade dura: 85% dos abusos são cometidos por conhecidos, muitas vezes dentro de casa. A cada hora, oito menores sofrem violência sexual no país, mas só 8,5% dos casos chegam às denúncias. Itamar Gonçalves, superintendente de Advocacy da entidade, explica o risco digital: “A internet, sem controle, normaliza comportamentos perigosos. Não é só o criminoso que aborda; é o conteúdo hipersexualizado que confunde as crianças.” Em Guarapuava, onde o acesso à tecnologia cresce, esse alerta é um chamado urgente.
O Telegram, um dos vilões dessa história, lidera as estatísticas sombrias. A SaferNet, que monitora crimes virtuais, registrou um aumento de 78% nas denúncias de exploração infantil na plataforma em 2024, com 349 grupos ativos sem moderação. Em Guarapuava, pais e educadores começam a perceber o perigo que ronda os celulares, mas a resposta é lenta. Gonçalves critica: “Essas plataformas precisam ser responsabilizadas. O Telegram não colabora o suficiente com investigações, e isso protege os criminosos.”
São Paulo encabeça a lista com 222 operações e 90 prisões, mas o Paraná não fica atrás, com 105 casos que mostram a violência se espalhando por varias cidades Em áreas remotas, como Pará e Amazonas, crianças são resgatadas de exploração, provando que o crime não se limita às metrópoles. A PF age, mas o índice de punição segue baixo — um sinal de que o sistema brasileiro tropeça na própria estrutura.
Itamar Gonçalves aponta o calo: “Faltam políticas integradas. Temos leis, mas não um plano nacional de prevenção.” Em Guarapuava, onde o Opera Paraná corta filas na saúde, a proteção infantil ainda busca esse ritmo. A Lei da Escuta Protegida, de 2017, que evita depoimentos repetidos de vítimas, falha na prática — crianças como as de Pinhão enfrentam o abusador em acareações que cortam mais fundo que as agressões.
O Amazonas tenta com o Cadastro Estadual de Pedófilos em 2025, mas Gonçalves insiste: “Endurecer penas não basta. Precisamos prevenir.” Em Guarapuava, professores e médicos carecem de treinamento para identificar abusos, um gargalo que o Unicef tenta suprir com iniciativas como séries educativas. Enquanto isso, o PL 4299/20 quer penas mais duras — até dois terços a mais se o agressor é parente ou usa vingança familiar —, mas o sistema precisa de mais que cadeia.
Lorena Lopes, psicóloga infantil, explica o impacto nas vítimas: “Crianças mudam de extrovertidas a agressivas ou têm medo do escuro após abusos.” Em Guarapuava, onde famílias lutam pelo cotidiano, esses sinais passam despercebidos. Ela reforça: “Pais evitam falar de corpo por tabu, mas isso deixa os filhos vulneráveis. O silêncio é o maior aliado do abusador.”
A SaferNet denuncia o Telegram como líder em denúncias — 90,35% dos casos em apps de mensagens em 2024 —, mas a empresa resiste à Tech Coalition e opera em paraísos fiscais, dificultando o rastreio. Em Guarapuava, o acesso fácil à plataforma preocupa, e a falta de moderação é um buraco que a PF não tapa sozinha. Gonçalves cobra: “As big techs têm que agir, não só reagir.”
O PL 4299/20 é um passo, mas não a cura. Guarapuava vê seus filhos conectados, mas desprotegidos, e o Brasil inteiro sente o peso: 8 denúncias por hora, 91,5% sem voz. O Código Penal pode ganhar a pedofilia, mas sem prevenção, é só tinta. A proposta quer punir corrupção de menores e exposição sexual, com penas maiores em casa ou por vingança, mas o sistema precisa de pernas para andar.
Em Pinhão, um ex-marido pula muros; em Guarapuava, o crime digital ronda. O PL na CCJC é uma esperança, mas Itamar alerta: “Sem educação e apoio, endurecer penas é enxugar gelo.” A Childhood Brasil luta, mas o Brasil tarda — e crianças pagam o preço.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos essa história com a gravidade que ela exige: o crime contra crianças cresce, e Guarapuava não está fora disso. O PL 4299/20 é um grito, mas a proteção precisa de ação — que o Amor Real siga cobrando, com vocês, até que o Brasil pare de falhar com seus filhos.
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