Por Pr. Rilson Mota
Na tarde de quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, o Cruzeiro Velho, em Brasília, tornou-se o palco de uma tragédia que cortou o coração de uma família e ecoou como um grito de alerta para Brasília e além. Ana Rosa Rodolfo de Queiroz, 49 anos, motorista de aplicativo e mãe dedicada, foi assassinada com brutalidade após uma corrida que deveria ser apenas mais um dia de trabalho. Menos de 24 horas antes, ela celebrava a notícia de que seria avó, um momento de luz que foi apagado por facadas no pescoço e estrangulamento — um crime que a polícia trata como latrocínio, mas que pode carregar as marcas de um feminicídio.
Ana Rosa viveu seu último dia em um misto de rotina e alegria. Na terça-feira, seu filho Marcello Max, 25 anos, preparou um almoço que ela, mesmo com o estômago sensível, elogiou com carinho: “Foi a melhor comida que comi nos últimos tempos.” A foto do prato, enviada ao marido Max Alexandrino Brandão, com quem dividiu 29 anos de amor, era um registro simples de um momento que agora carrega o peso da despedida. Naquele mesmo dia, Marcello revelou que seria pai, e Ana, com os olhos marejados, abençoou o neto que estava por vir — um futuro que ela não viveria para ver.
A motorista, que rodava pelas ruas de Brasília para complementar a renda e sonhava abrir uma clínica terapêutica, era conhecida por sua cautela. A família a alertava sobre os perigos do ofício, e ela evitava corridas suspeitas, mas o destino a pegou desprevenida. Na quarta-feira, Ana atendeu um passageiro no Conic, área central de Brasília, e cerca de uma hora depois, seu carro estava no Cruzeiro Velho. O que aconteceu nesse intervalo é um quebra-cabeça que a polícia ainda monta, mas o fim é claro: Antônio Ailton da Silva, 43 anos, transformou uma corrida em um assalto mortal.
Marcello Max, em entrevista ao Correio, abriu o coração sobre a mãe que perdeu. “Tenho orgulho do homem que você se tornou”, disse Ana a ele na terça-feira, palavras que agora ecoam como um legado agridoce. Ela morreu menos de 24 horas depois, encontrada no banco do motorista com ferimentos no pescoço, após uma luta que terminou em silêncio. Antônio, o suspeito, fugiu, mas foi capturado pela Polícia Militar após uma perseguição de populares no Sudoeste — um fim rápido para um crime que deixou marcas eternas.
A investigação, liderada pelo delegado Victor Dan, da 3ª Delegacia de Polícia do Cruzeiro, caminha sobre um fio de navalha. Preliminarmente, o caso é tratado como latrocínio — roubo seguido de morte —, mas a análise pericial aponta estrangulamento, com um fio de nylon encontrado no carro como possível arma. “Não é comum em assaltos”, diz Dan, levantando a sombra do feminicídio. A polícia espera laudos que, em 10 a 15 dias, podem mudar o indiciamento, mas o peso da brutalidade já é inegável.
Ana Rosa não era só uma motorista; era uma mulher de fibra que sonhava alto. Lecirrane da Mota, síndica do condomínio onde morava em Guarapuava, lembra dela como uma vizinha generosa, sempre pronta a ajudar. “Ela falava dos filhos com orgulho, queria melhorar a casa, vivia um amor de 29 anos com o marido”, conta Lecirrane. Na manhã da tragédia, Ana deixou uma mensagem no grupo de moradores sobre empatia e respeito — palavras que, para a vizinha Vivian Vicente, soaram como uma despedida que ninguém esperava.
O crime carrega um eco sinistro: na madrugada de terça-feira, Antônio tentou matar a ex-mulher e uma amiga no Recanto das Emas, um ataque frustrado que o colocou na mira da polícia horas antes de cruzar o caminho de Ana. Familiares e a ex negam que ela o conhecesse, mas o intervalo entre os crimes levanta perguntas que a investigação ainda não responde. Foi Ana uma vítima aleatória de um assalto ou alvo de um padrão de violência contra mulheres?
Marcello, com a voz embargada, reflete sobre a fé da mãe. “Ela fez uma promessa a Deus: viver para estruturar a família e depois ir em paz”, diz ele. Para ele, Ana cumpriu seu papel — mas o jeito que ela partiu é uma ferida que ninguém explica. O velório, marcado para 28 de fevereiro às 16h no Cemitério Jardim Metropolitano, em Valparaíso de Goiás, será o adeus a uma mulher que deixou amor, orgulho e um vazio que Brasília sentem juntos.
A tragédia de Ana Rosa é mais que um crime; é um espelho do Brasil de 2025, onde motoristas de app enfrentam riscos diários e mulheres pagam um preço alto por apenas viver. Em Brasília, a notícia chegou como um soco — uma cidade que sonha com progresso, mas vê suas filhas caírem em outros cantos. A polícia busca respostas, mas o silêncio de Ana já fala por si: era uma avó antes de ser vítima.
Aos leitores do Amor Real Notícias, entregamos esse relato com a força que ele exige: Ana Rosa era luz, e sua morte é um grito contra a violência que não escolhe hora ou lugar. O latrocínio ou feminicídio que a levou é uma tragédia anunciada em um país que falha com suas mulheres — e Brasília chora com Marcello, Max e todos que a amaram.
Antônio Ailton da Silva está preso, mas a justiça tarda. O fio de nylon e as facadas no pescoço de Ana são provas de uma brutalidade que não cabe em palavras — e o neto que ela não verá nascer é o futuro que esse crime roubou. Que o velório seja mais que um adeus; que seja o começo de uma luta para que nenhuma avó, mãe ou filha caia assim novamente.
Esse é o Brasil real, onde o amor de Ana Rosa por sua família brilhou até o último dia, mas foi apagado por mãos covardes. O Amor Real Notícias está aqui para contar essa história, com vocês, até que a violência vire eco de um passado que não aceitamos mais — porque Guarapuava e o Brasil merecem mais que lágrimas.
Fonte Original: Correio Brazieliense
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