Por Pr. Rilson Mota
Na manhã de 18 de fevereiro de 2025, a rodovia BR-277, uma das principais artérias do Paraná, tornou-se o palco de uma tragédia que silenciou uma das figuras mais conhecidas de Guarapuava. Evandro Marcos Dalmolin, ex-gerente regional da Sanepar e um nome respeitado tanto na gestão pública quanto na política local, perdeu a vida em um acidente que deixou a cidade em choque e a rodovia marcada por um silêncio pesado.
O acidente ocorreu às 10h46, quando a Ford Ranger vermelha conduzida por Dalmolin colidiu violentamente na traseira de um caminhão Volvo branco, de placas de Irati. O impacto foi devastador, e Evandro, aos 56 anos, não resistiu aos ferimentos, falecendo no local antes mesmo que os socorristas do Corpo de Bombeiros pudessem fazer mais do que constatar a perda irreparável.
O motorista do caminhão, um jovem de 29 anos, saiu ileso e, após teste de bafômetro com resultado negativo, foi liberado. A colisão traseira, segundo os primeiros relatos, sugere uma falha de atenção ou uma circunstância inesperada na estrada, mas as autoridades ainda investigam as condições que levaram a esse momento fatídico.
Evandro Dalmolin não era apenas mais um motorista na BR-277 naquele dia; ele era um símbolo de dedicação em Guarapuava. Durante anos, como gerente regional da Sanepar, ele trabalhou incansavelmente para melhorar o saneamento básico da região, deixando um legado de serviço público que ecoava em cada torneira e cada rua da cidade.
Sua trajetória política também era notável. Candidato a vereador em várias ocasiões, Dalmolin chegou a concorrer como vice-prefeito na chapa de Antenor Gomes de Lima (PT) nas eleições anteriores a 2024, uma movimentação apoiada pelo influente deputado Artagão Júnior (MDB). Sua voz era uma constante nos debates sobre o futuro de Guarapuava.
A notícia de sua morte espalhou-se como um trovão pela cidade, alcançando colegas, amigos e cidadãos que viam em Dalmolin um exemplo de compromisso. A Sanepar, em nota, expressou seu luto, destacando o quanto ele foi essencial para a empresa e para a comunidade.
O corpo de Evandro foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava para os procedimentos padrões, um passo necessário, mas que parecia pequeno diante da magnitude da perda. A rodovia, naquele trecho, ficou marcada não apenas pelo som das sirenes, mas pela ausência de um homem que ajudou a moldar a infraestrutura local.
A BR-277, conhecida por suas curvas traiçoeiras e tráfego intenso, revelou-se mais uma vez implacável. Cada veículo que passou pelo local após o acidente carregava motoristas que, talvez sem saber, cruzavam o ponto onde uma vida foi interrompida, um lembrete da fragilidade que acompanha cada viagem.
O velório de Evandro Dalmolin foi marcado para a Capela Pax Cristo Rei, um espaço que, na tarde de 18 de fevereiro, tornou-se ponto de encontro para aqueles que desejavam prestar suas últimas homenagens. Familiares, amigos e colegas se reuniram em silêncio e lágrimas, recordando um homem cuja presença era tão firme quanto as obras que ele ajudou a concretizar.
A cremação, definida para 19 de fevereiro às 16h no Crematório Roma, será o último ato de uma despedida que Guarapuava não queria fazer. A escolha pela cremação reflete, talvez, um desejo de simplicidade em um momento de tamanha complexidade emocional para todos que o conheciam.
A investigação sobre o acidente prossegue, com peritos buscando entender o que levou à colisão. Enquanto isso, a cidade reflete sobre a segurança nas estradas e o custo humano de suas rotinas diárias, um debate que ganha força com cada tragédia como essa.
Para Guarapuava, a morte de Dalmolin não é apenas uma perda individual; é a interrupção de uma história de serviço e luta por melhorias. Seu nome, agora gravado na memória coletiva, ecoará nas conversas sobre saneamento, política e a necessidade de proteger aqueles que trafegam pelas rodovias.
A BR-277, com sua extensão cortando o Paraná, continuará a ser uma via de conexão, mas para os moradores de Guarapuava, aquele trecho específico será sempre um marco de tristeza, um lugar onde o destino tirou um dos seus melhores filhos.
Esta reportagem é mais do que um relato de um acidente; é um tributo a Evandro Dalmolin, uma celebração de sua vida e um apelo por estradas mais seguras e vidas mais valorizadas. Que seu velório e cremação sejam um momento de união para Guarapuava, transformando a dor em força para continuar seu legado.
Enquanto o Crematório Roma recebe suas cinzas, Guarapuava mantém Evandro em seu coração, um homem que partiu na BR-277, mas cuja influência permanece nas águas limpas e nas ruas que ele ajudou a construir. Que sua memória inspire cuidado e resiliência em todos nós.
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