Por Pr. Rilson Mota
No início da noite deste domingo (16/02/2025), o bairro Boqueirão, em Guarapuava, foi palco de um drama que parecia tirado de um faroeste moderno, mas que se revelou ser uma disputa muito mais mundana sobre direito de posse. Às 19h06min, a polícia recebeu uma chamada urgente alegando disparos de arma de fogo em via pública, um relato que imediatamente mobilizou a equipe para a ação.
Ao chegar ao local, os policiais encontraram uma cena que contrastava com a gravidade do chamado. Uma mulher de 37 anos, visivelmente nervosa, estava na parte externa de sua residência, afirmando que seu vizinho, um homem de 31 anos, estava atirando para o alto. O cenário, no entanto, não correspondia ao pânico sugerido pela denúncia inicial.
Com a permissão da esposa do acusado, os policiais entraram na residência, onde depararam-se não com um atirador, mas com um pai cuidando de sua filha no banheiro, dando-lhe banho. O homem, sem hesitação, atendeu à equipe policial, mostrando uma disposição para esclarecer a situação.
A busca realizada tanto no indivíduo quanto no entorno da casa não revelou nenhuma arma de fogo ou qualquer indício de que houvesse ocorrido o que fora denunciado. Em vez disso, veio à tona uma disputa de longa data sobre um terreno, adquirido pelo homem da vizinha, que segundo ela, não foi totalmente pago.
O terreno em questão é uma área de invasão pertencente à prefeitura, o que adiciona uma camada de complexidade legal à disputa. Ambos os vizinhos têm uma história de desentendimentos, e o mais recente capítulo dessa saga envolveu a acusação infundada de disparos.
A polícia, percebendo que o real problema não era de natureza criminal, mas sim uma questão civil, orientou as partes envolvidas sobre a necessidade de resolver suas disputas através de meios judiciais, e não com intervenções policiais baseadas em acusações sem fundamento.
Nenhuma ameaça, lesão corporal ou crime foi constatado, apenas uma desinteligência sobre direitos de posse que se exacerbou em uma situação de falsa emergência. A equipe deixou claro que a polícia não é o fórum adequado para resolver disputas de propriedade, especialmente quando envolvem áreas de ocupação irregular.
Este caso em Boqueirão serve como um lembrete do quão rapidamente uma disputa civil pode escalar, incitando o medo e a mobilização de recursos policiais desnecessariamente. A vizinhança, agora sob o olhar atento do bairro, vê-se diante da oportunidade de aprender a lidar com conflitos de forma mais construtiva.
Para a comunidade, este episódio também é um alerta sobre a veracidade das denúncias e o impacto que uma acusação infundada pode ter, não só sobre os envolvidos, mas também sobre a comunidade e os serviços de emergência, que poderiam estar atendendo a uma situação realmente perigosa.
Os vizinhos, cujo nome não será revelado para preservar sua privacidade, agora enfrentam o desafio de encontrar uma resolução para sua disputa de terreno, idealmente no tribunal, onde tais questões devem ser debatidas, ao invés de em confrontos que colocam a segurança pública em risco.
Enquanto isso, o Boqueirão retorna a sua rotina, com a esperança de que essa história sirva de lição para todos sobre comunicação, resolução de conflitos e o uso responsável dos serviços de emergência. A reportagem sobre este caso é mais do que um relato de uma falsa alarme; é uma reflexão sobre como as pequenas disputas podem se inflamar e sobre a importância da justiça e da comunicação na convivência comunitária.
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Acompanhe nossas atualizações nas redes sociais e fique bem informado:
WhatsApp | Instagram | Telegram | Facebook
Entre em contato conosco:
Email: redacao@amorrealnoticias.com.br