Por Pr. Rilson Mota
Na noite do dia 9 de fevereiro de 2025, a escuridão do bairro Boqueirão foi cortada por um ato de coragem em meio ao terror silencioso da violência doméstica. Às 21h46, uma mulher de 39 anos, que por amor ou medo decidiu reatar um relacionamento, encontrou-se novamente em uma prisão doméstica, desta vez, mais sufocante do que nunca.
Há quatro meses, ela voltou a viver com o mesmo homem que a forçara a abandonar o trabalho, negando-lhe a liberdade de sair de casa. A rotina de agressões físicas e verbais, que a chama de “biscate” e “vagabunda”, não parou; apenas se intensificou, como uma tempestade que retorna com mais força.
Naquela noite, ele chegou em casa alterado, com um comportamento que parecia mais uma ameaça do que um retorno ao lar. Em um gesto que misturava desespero e necessidade, ela acendeu a lanterna do celular para continuar sua refeição, já que ele havia apagado todas as luzes da casa.
A reação dele foi imediata e agressiva. Ele arrancou a cobertura da janela, deixando-a exposta ao seu controle, e a ameaçou com palavras que carregavam mais que intenção; carregavam medo. “Desligue essa porcaria, se não…”, disse ele, com um tom que não precisava ser completado para ser entendido.
Com o coração acelerado e a mente em alerta, ela desligou a lanterna. Mas em um ato de astúcia e coragem, simulou uma ligação para uma farmácia, usando o mesmo celular que segundos antes era uma ferramenta de sobrevivência, para pedir ajuda à Polícia Militar.
Esta cena de opressão e coerção aconteceu na frente de seus filhos, testemunhas silenciosas de um amor que se transformou em cativeiro. Um filho de 20 anos, com problemas psicológicos, uma filha de 17 e outro filho de 13 anos, todos aprendendo, ao vivo, o que não deveria ser ensinado: o terror doméstico.
A equipe policial, ao chegar, encontrou não apenas uma vítima, mas uma família em cativeiro emocional. A mulher, determinada a romper o ciclo de medo, expressou seu desejo de representar contra o agressor, mostrando que, apesar de tudo, sua voz ainda não havia sido completamente silenciada.
O homem, de 38 anos, foi preso em flagrante, não apenas por suas ações naquela noite, mas por uma série de atos que configuram violência doméstica e abuso. A prisão não foi apenas uma detenção física; foi um grito de liberdade para uma mulher e seus filhos.
Todos os envolvidos foram encaminhados à Delegacia de Polícia Judiciária, onde os procedimentos legais começaram a desenrolar-se, com a esperança de que a justiça pudesse oferecer o que a casa não foi capaz: segurança e paz.
Este caso em Guarapuava é um lembrete sombrio de que, às vezes, o lar pode ser o lugar mais perigoso para uma mulher e seus filhos. É um chamado para que a sociedade e as autoridades estejam sempre vigilantes, prontas para ouvir o silêncio e agir, para que a luz da justiça possa brilhar onde a escuridão do abuso tenta predominar.
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