Por Pr. Rilson Mota
Cascavel – O Ministério Público do Paraná (MPPR) apresentou denúncia contra uma madrasta de uma menina de três anos que morreu afogada após cair em uma máquina de lavar roupas em maio de 2022. O caso, que chocou a cidade de Cascavel e ganhou repercussão nacional , foi classificado como homicídio qualificado pela 17ª Promotoria de Justiça de Cascavel. A denúncia foi aceita pela 1ª Vara Criminal do município e tramita desde a semana passada.
O Caso
A tragédia ocorreu no dia 7 de maio de 2022. De acordo com a denúncia, a madrasta colocou a menina em um banco de plástico em frente à máquina de lavar, que estava cheia de água e com brinquedos espalhados, colocados propositalmente pela acusada. A mulher teria deixado a criança sozinha no local, assumindo o risco de que ela pudesse cair no interior do eletrodoméstico, o que, de fato, aconteceu.
O laudo pericial confirmou que a causa da morte foi asfixia mecânica interna, provocada pelo afogamento.
Motivação do Crime
Segundo o MPPR, a denúncia aponta que o crime teria sido motivado por ciúmes e um sentimento de posse por parte da madrasta. Ela acreditava que seu relacionamento com o pai da criança era prejudicado, devido à proximidade que ele mantinha com a ex-esposa, mãe da menina vítima.
“O motivo torpe e o contexto de violência doméstica tornam o crime ainda mais grave. A denunciada agiu com total desprezo pela vida da vítima, movida por uma intenção egoísta e cruel”, destacou um promotor da 17ª Promotoria de Justiça de Cascavel.
Como Qualificadoras
A denúncia do MPPR incluiu três melhorias que tornam o crime ainda mais grave:
- Motivo Torpe – O ato foi impulsionado por ciúmes e sentimento de posse, o que configura uma motivação repugnante.
- Emprego de Asfixia – A forma como o crime foi executado, causando asfixia mecânica, agravando a conduta da acusada.
- Violência Doméstica e Familiar – O crime ocorreu em um contexto de convivência doméstica, agravando a responsabilidade da acusada.
A Investigação
A investigação, conduzida pela Polícia Civil de Cascavel, envolveu depoimentos, análises periciais e reconstituições do caso. As autoridades concluíram que a madrasta tinha plena consciência do risco ao deixar a menina sozinha em uma situação tão perigosa e, mesmo assim, agiu de forma negligente e premeditada.
O MPPR reforçou que a denunciada assumiu o risco de causar a morte da criança, o que caracteriza dolo eventual, ou seja, quando o agente prevê o resultado trágico de suas ações, mas não faz nada para evitá-lo.
O Impacto na Comunidade
O caso provocou comoção em Cascavel, especialmente por envolver uma criança tão jovem em um cenário de violência doméstica. Movimentos de proteção à infância e contra a violência familiar se manifestaram exigindo justiça.
“É revoltante pensar que uma criança tão inocente teve sua vida tirada de forma tão cruel. Queremos que esse caso sirva de exemplo para que outras vidas sejam protegidas”, disse um representante de uma ONG local.
Defesa da Madrasta
A defesa da madrasta tem sustentado que o caso foi um acidente e que não houve intenção de causar a morte da menina. No entanto, o MPPR rejeita essa alegação, baseando-se nos invocados recolhidos durante a investigação e na interpretação do contexto em que o crime ocorreu.
“Ao criar uma situação de risco evidente, a denunciada não pode alegar que foi um acidente. Ela tinha plena consciência das consequências de suas ações”, afirmou um promotor do caso.
Próximos Passos
Com a denúncia aceita pela 1ª Vara Criminal de Cascavel, a madrasta será submetida a um procedimento judicial que incluirá audiências, depoimentos e a apresentação de provas. Caso seja condenada, ela poderá enfrentar uma pena elevada devido às qualificações do crime.
O MPPR reafirmou o compromisso de buscar o exemplar exemplar da acusada. “A proteção das crianças e a responsabilização de quem comete crimes tão bárbaros são prioridades para o Ministério Público”, declarou a instituição em nota.
Reflexões Sobre a Violência Doméstica
O caso também trouxe à tona a importância de discutir e combater a violência doméstica e familiar. Especialistas ressaltam que crianças são frequentemente vítimas indiretas de conflitos entre adultos, como foi o caso desta menina.
“É crucial que famílias em situações de conflito busquem ajuda antes que episódios trágicos como isso aconteçam. A violência doméstica é um problema complexo que precisa ser tratado com seriedade por toda a sociedade”, destacou uma psicóloga especializada na área.
Conclusão
A morte da menina em Cascavel é um lembrete doloroso dos perigos que a violência doméstica representa, especialmente para as mais vulneráveis. Enquanto o processo judicial avança, a sociedade espera que a justiça seja feita, tanto para honrar a memória da criança quanto para enviar uma mensagem clara de que crimes como estes não serão tolerados.
A comunidade de Cascavel segue de luto, mas determinada a buscar respostas e soluções para evitar que tragédias semelhantes voltem a acontecer.
Amor Real Notícias: Informando com responsabilidade e compromisso com a verdade.
Acompanhe nossas atualizações nas redes sociais e fique bem informado:
WhatsApp | Instagram | Telegram | Facebook
Entre em contato conosco:
Email: redacao@amorrealnoticias.com.br