Por Pr. Rilson Mota
No último sábado, 21 de dezembro de 2024, um episódio trágico em Guarapuava revelou mais do que imprudência no trânsito: expôs a fragilidade de nossas escolhas eleitorais. Um vereador eleito se envolveu em um acidente que resultou na morte de um idoso de 82 anos. O parlamentar, que estava com a habilitação suspensa e apresentava sinais visíveis de embriaguez, foi preso em flagrante após ser contido por policiais no local.
O caso, além de lamentável por sua gravidade, levanta uma questão crucial: estamos escolhendo de maneira consciente aqueles que ocupam cargos que moldam nosso futuro? Este acidente é apenas um sintoma de um problema maior, refletindo a falta de maturidade de parte significativa do eleitorado na hora de decidir seus representantes.
A Política e a Escolha do Eleitor
Ao longo da história recente, temos visto a ascensão de figuras públicas despreparadas, envolvidas em escândalos e com interesses pessoais acima do bem comum. As decisões tomadas por vereadores, prefeitos, deputados e até mesmo senadores e governadores afetam diretamente a vida da população. No entanto, a escolha dessas pessoas muitas vezes não se baseia em critérios como ética, competência ou compromisso público, mas em promessas vazias e alianças políticas questionáveis.
O caso do vereador em Guarapuava é emblemático. A decisão de dirigir embriagado, com habilitação suspensa, demonstra não apenas irresponsabilidade, mas também um desrespeito à lei e à vida humana. E aqui surge a pergunta inevitável: como alguém com tal postura chegou a ser eleito?
Velha Política e Fisiologismo
A atuação de grande parte do poder legislativo local e nacional reforça a percepção de que estamos vivendo uma repetição de práticas antigas e prejudiciais. Votações marcadas pelo fisiologismo — onde interesses pessoais e de corporações prevalecem sobre o bem coletivo — ainda dominam os cenários das câmaras municipais, assembleias legislativas e do Congresso Nacional.
Enquanto projetos que poderiam melhorar a qualidade de vida da população são negligenciados, outras propostas, que beneficiam setores específicos ou perpetuam privilégios, recebem prioridade. Esse modelo não é novo, mas persiste porque parte do eleitorado ainda não consegue avaliar criticamente seus representantes.
A Maturidade Política do Eleitor
Com o avanço da tecnologia e o acesso à informação ao alcance de todos, nunca foi tão fácil pesquisar e avaliar o histórico de candidatos. No entanto, a prática eleitoral em muitos casos ainda carece de maturidade.
A escolha de políticos que assumem posturas irresponsáveis, como o vereador envolvido no acidente fatal, revela que muitos eleitores continuam sendo atraídos por promessas imediatistas, apelos populistas e favores pessoais. Essa dinâmica precisa mudar, pois os efeitos de escolhas equivocadas reverberam em todas as áreas da vida pública: saúde, educação, segurança e infraestrutura.
Os Custos da Má Política
O impacto de decisões irresponsáveis não se limita a casos isolados como o de Guarapuava. Ele se estende a milhares de pessoas que sofrem pela ausência de políticas públicas eficazes. Hospitais sem estrutura, saneamento básico precário, escolas abandonadas e uma gestão pública desorganizada são reflexos diretos de uma escolha política equivocada.
Enquanto políticos ficha suja continuam sendo eleitos, a população paga o preço: filas intermináveis em hospitais, crianças sem acesso a uma educação de qualidade, bairros sem água potável ou esgoto, e uma sensação crescente de abandono por parte do poder público.
O Papel do Eleitor na Mudança
O caso do vereador embriagado deve servir como um alerta. A responsabilidade pela mudança começa no momento do voto. É imprescindível que os eleitores avaliem o histórico de seus candidatos, investiguem suas posturas em relação a temas fundamentais e observem como se comportam frente a leis que impactam diretamente a sociedade.
Não basta votar em quem “parece” bem-intencionado. É preciso analisar o passado do candidato, suas propostas e, principalmente, sua postura ética e moral.
A Transformação Necessária
A mudança política que tanto desejamos só será possível com a renovação consciente dos quadros políticos. Isso significa extirpar da vida pública aqueles que não respeitam as leis, que priorizam interesses pessoais ou que não possuem capacidade para representar o povo de forma justa e ética.
O acidente fatal de Guarapuava deve ser mais do que uma tragédia local. Deve ser um ponto de partida para reflexões profundas sobre quem escolhemos para ocupar cargos públicos.
Conclusão: Um Chamado à Responsabilidade Eleitoral
A política brasileira vive uma crise não apenas de governança, mas também de representatividade. Casos como o do vereador envolvido no acidente em Guarapuava mostram que não é apenas a conduta dos eleitos que deve ser questionada, mas também as escolhas feitas pelos eleitores.
Precisamos de um eleitorado mais consciente, que compreenda a importância de seu voto e o impacto de suas decisões nas urnas. Somente assim poderemos construir um futuro em que políticos irresponsáveis não tenham lugar no poder, e em que tragédias como esta sejam evitadas.
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