Por Pr. Rilson Mota
Em uma decisão histórica e marcante, o Tribunal de Recurso do Vietnã confirmou a sentença de morte para Truong My Lan, ex-presidente da gigante imobiliária Van Thinh Phat, acusada de liderar a maior fraude financeira da história do país. Segundo o portal de notícias VNExpress, a empresária foi condenada por desviar impressionantes 12,5 bilhões de dólares, afetando mais de 42 mil vítimas, entre depositantes e detentores de ativos do Saigon Commercial Bank (SCB).
A decisão judicial, proferida pela segunda instância do Tribunal Popular Superior de Ho Chi Minh, reafirma o peso da punição contra crimes econômicos no Vietnã. Os juízes ainda determinaram que, caso a ré pague pelo menos três quartos dos danos causados, poderá ter sua pena de morte comutada para prisão perpétua, em conformidade com a legislação vietnamita.
Um esquema de corrupção sem precedentes
Entre 2012 e 2022, Truong My Lan e outros 85 envolvidos na operação fraudulenta manipularam recursos financeiros de forma sistêmica, comprometendo ativos que representam cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do Vietnã em 2022. O esquema teve como alvo depositantes e investidores do Saigon Commercial Bank, que até hoje enfrentam dificuldades para recuperar seus depósitos ou receber os juros prometidos.
As investigações revelaram que, além do desfalque bilionário, a empresária e seus cúmplices subornaram funcionários do governo com um total de 5,2 milhões de dólares para encobrir as violações bancárias e a grave situação financeira do SCB. Esse montante, descrito como a maior “doação” já registrada na história do Vietnã, destacou o nível de impunidade e conluio entre o setor privado e funcionários públicos.
Um caso que expõe a gravidade da corrupção
A condenação de Truong My Lan não apenas levanta questões sobre a eficácia do sistema financeiro no Vietnã, mas também chama atenção para a postura rigorosa do país no combate à corrupção em larga escala. Enquanto no Brasil e em outros países debates sobre a aplicação de penas mais severas ainda dividem opiniões, o Vietnã adota uma abordagem extrema, demonstrando que crimes contra o patrimônio público não ficam sem respostas duras.
O caso também traz um alerta sobre o impacto da corrupção endêmica na economia nacional. Ao longo de uma década, o desvio liderado por Lan enfraqueceu instituições financeiras e gerou insegurança para investidores e cidadãos. O Vietnã, que vem emergindo como um dos grandes centros econômicos do Sudeste Asiático, teve sua reputação financeira abalada pela magnitude da fraude.
E se fosse no Brasil?
Imaginemos um cenário em que fraudes bilionárias e esquemas de corrupção envolvendo figuras de alto escalão do setor privado e público fossem tratados com igual rigor no Brasil. Será que veríamos o mesmo ímpeto na busca por justiça? Ou ainda enfrentaríamos longos processos, adiamentos e penas simbólicas para crimes que devastam a economia nacional e destroem a confiança da população?
O caso de Truong My Lan serve como uma lição global sobre como as nações lidam com crimes de colarinho branco. Para além da discussão sobre a pena de morte, a reação rápida e efetiva do governo vietnamita é um exemplo de intolerância frente à corrupção que arrasa vidas e desestabiliza economias inteiras. No Brasil, a reflexão que fica é clara: seria possível adotar medidas que realmente inibam a impunidade e protejam o bem público?
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