Por Pr. Rilson Mota
Iniciativas desenvolvidas por estudantes da rede estadual de ensino em dois colégios do Noroeste do Paraná estão não apenas mudando realidades locais, mas também ganhando reconhecimento nacional. A transformação de óleo de cozinha usado em biodiesel e sabão líquido levou jovens de Assaí e Sarandi a conquistar prêmios na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (OBSMA), promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As alunas do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, em Assaí, e os alunos do Colégio Estadual Jardim Independência, em Sarandi, não apenas criaram soluções ambientalmente sustentáveis, mas também trouxeram impacto direto para suas escolas e comunidades.
Ciência no Tatame: Biodiesel e Protagonismo Feminino
No pequeno município de Assaí, com cerca de 14 mil habitantes, um projeto de alunas do Ensino Médio deu origem à startup júnior Biosun, que hoje se tornou um símbolo de protagonismo feminino na ciência. Sob a orientação do professor de Ciências Matheus Souza, as estudantes conseguiram produzir biodiesel a partir de óleo de cozinha usado.
A ideia surgiu em 2022, nas aulas de Física e Química, como uma alternativa inovadora para o reaproveitamento do óleo descartado. A pesquisa foi além dos limites do colégio com a parceria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que disponibilizou laboratórios para ampliar a escala de produção.
O biodiesel produzido foi testado em um ônibus escolar da Prefeitura de Assaí durante o desfile de aniversário do município. O sucesso do teste motivou a instalação de uma usina de biodiesel dentro da escola, viabilizada em parceria com a prefeitura. O objetivo é ambicioso: abastecer toda a frota escolar do município com combustível sustentável.
“Esse projeto representa o poder da ciência aplicada à realidade local e o potencial transformador da educação”, ressalta Matheus Souza.
De Sabão Caseiro a Solução Escolar
Em Sarandi, com 118 mil habitantes, o reaproveitamento de óleo de cozinha também ganhou um novo propósito. Um grupo de alunos, orientado pela professora Juliana Antoniassi, desenvolveu sabão líquido a partir do óleo descartado. A ideia, adaptada de práticas populares de produção de sabão em barra, foi pensada para atender às necessidades do ambiente escolar.
O projeto, batizado de “Poluição pelo óleo de fritura – principais problemas e possíveis soluções disponíveis”, trouxe economia significativa para a escola, que agora utiliza o sabão líquido na limpeza de suas instalações, economizando cerca de R$ 700 por mês.
“A maior conquista é ver como o conhecimento pode transformar a realidade da escola e da comunidade, incentivando práticas sustentáveis”, destaca a professora Juliana.
Reconhecimento Nacional e Legado Local
Ambos os projetos foram premiados pela Fiocruz na OBSMA, consolidando o Paraná como referência em educação ambiental e ciência aplicada. As alunas de Assaí receberam o prêmio na “Regional Minas Gerais Sul” e viajarão para o Rio de Janeiro para a cerimônia de premiação.
Mais do que troféus, essas iniciativas criaram impactos duradouros. Em Assaí, a Biosun não apenas gerou biodiesel, mas também promoveu a valorização da sustentabilidade no município. “Hoje, a cidade é vista por seus ideais sustentáveis, e a educação ambiental está no centro desse processo”, ressalta Eduarda Paixão, uma das alunas idealizadoras do projeto.
Já em Sarandi, o reaproveitamento do óleo em sabão líquido demonstrou que soluções simples podem gerar economia e conscientização ambiental. A comunidade escolar, que contribui com a doação do óleo usado, tornou-se parte ativa do processo.
Educação Como Ferramenta de Transformação
Os projetos de Assaí e Sarandi são exemplos do impacto positivo que o investimento em ciência e educação pode trazer. Eles mostram como o conhecimento científico pode ser aplicado de forma prática para resolver problemas locais, gerando economia, promovendo sustentabilidade e empoderando jovens estudantes.
Além disso, iniciativas como essas incentivam o protagonismo juvenil, especialmente de meninas, em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como ciência e tecnologia. “A Biosun é um símbolo de transformação ambiental, social e educacional”, garante Matheus Souza.
Um Modelo a Ser Seguido
Essas conquistas também levantam um questionamento importante: como replicar esse modelo em outras escolas e comunidades? A integração entre educação, ciência e parcerias institucionais, como a realizada com a UFPR, é um caminho promissor para multiplicar esses resultados.
Enquanto isso, os alunos de Assaí e Sarandi continuam provando que boas ideias, quando apoiadas por educação de qualidade e incentivos adequados, podem transformar realidades, gerar impacto social e projetar o futuro de forma sustentável.
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