Por Pr. Rilson Mota
Com a proximidade do verão, especialistas em saúde pública acendem o alerta sobre o aumento expressivo dos casos de dengue no Brasil. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, descreveu o cenário como “bastante preocupante”. A doença, que já é combatida há décadas com resultados limitados, exige ações urgentes, incluindo a ampliação da vacinação e o enfrentamento da desinformação.
“A dengue é uma doença grave, que não apenas causa mortes, mas também gera impactos econômicos e sociais significativos, como absenteísmo e internações. É imprescindível expandir a cobertura vacinal para reduzir o sofrimento da população”, destacou Chebabo durante a apresentação de uma pesquisa realizada pela Ipsos, encomendada pela biofarmacêutica Takeda em colaboração com a SBI. O estudo revelou que 88% dos entrevistados acreditam na eficácia da vacina contra a dengue, mas aponta também os desafios impostos pelas Fake News.
Desinformação e Hesitação Vacinal: Barreiras à Imunização
A pesquisa revelou que 41% dos participantes receberam informações falsas sobre vacinas nas redes sociais, sendo que quase 30% chegaram a deixar de se vacinar devido a dúvidas sobre segurança e eficácia. Esse dado alarmante reforça a necessidade de combater a desinformação de maneira estratégica.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, defendeu a capacitação de profissionais de saúde para lidar com a hesitação vacinal. “Precisamos melhorar a comunicação, reforçar a confiança no sistema de vacinação e facilitar o acesso às vacinas, especialmente em regiões remotas e vulneráveis”, apontou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda estratégias como as “cinco letras C”: confiança, complacência, conveniência, comunicação e contexto. A adoção dessas práticas no Brasil pode ser crucial para aumentar a adesão às vacinas e evitar surtos mais graves no futuro.
O Papel do Brasil e o Orgulho da Primeira Vacina Nacional
O Brasil é pioneiro ao integrar a vacina contra a dengue no Programa Nacional de Imunização, em dezembro de 2023. Para Vivian Lee, diretora médica da Takeda, esse é um marco histórico. “Essa conquista é fruto de mais de 15 anos de pesquisas, o que rebate as Fake News que questionam a segurança e o tempo de desenvolvimento da vacina”, explicou.
Chebabo acrescentou que a vacinação deve ser desvinculada de discursos políticos. “A dengue não escolhe lado político, time de futebol ou religião. Precisamos unir esforços para que a imunização alcance todos de forma igualitária”, enfatizou.
Com uma previsão de um verão quente e chuvoso, as autoridades e especialistas reforçam a importância de ações conjuntas entre governos, empresas e sociedade civil para enfrentar essa ameaça. A ampliação da vacinação e o combate à desinformação são passos fundamentais para proteger vidas e evitar que a dengue continue a ser uma sombra persistente na saúde pública brasileira.
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