Por Pr. Rilson Mota
“Então, Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”
(Mateus 18:21-22)
Introdução
O perdão é uma das práticas mais desafiadoras da vida cristã. Ele exige um coração que compreenda a profundidade da graça de Deus e esteja disposto a refletir essa mesma graça ao próximo. Na passagem de Mateus 18:21-22, Jesus ensina a Pedro que o perdão não deve ser medido ou limitado, mas oferecido repetidamente, de forma incondicional. O número “setenta vezes sete” simboliza uma prática infinita, quebrando todas as barreiras do orgulho, da mágoa e da retaliação.
No mundo de hoje, onde rancores e divisões são comuns, o ensinamento de Jesus sobre o perdão desafia tanto as normas culturais quanto os sentimentos humanos. Este estudo reflete sobre a radicalidade do perdão cristão e como ele transforma vidas.
1. O Contexto do Ensinamento de Jesus
Quando Pedro pergunta a Jesus sobre a frequência do perdão, ele sugere “sete vezes,” acreditando estar sendo generoso. Segundo a tradição judaica, perdoar até três vezes já era considerado louvável. Ao propor sete, Pedro talvez quisesse demonstrar sua compreensão da misericórdia. No entanto, a resposta de Jesus eleva o padrão a um nível inimaginável: “setenta vezes sete.”
Texto de Apoio:
- Provérbios 10:12 — “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.”
Comentário:
Quando Pedro perguntou a Jesus quantas vezes deveria perdoar seu irmão, ele sugeriu “sete vezes,” acreditando que estava sendo generoso. A tradição judaica considerava perdoar até três vezes algo louvável. Ao propor sete, Pedro acreditava estar indo além do esperado. No entanto, a resposta de Jesus surpreende, estabelecendo um padrão que transcende qualquer limitação humana: “setenta vezes sete,” ou seja, um perdão ilimitado.
Essa resposta de Jesus quebra a lógica da retribuição humana. Ele não apenas amplia o entendimento de Pedro, mas também redefine a prática do perdão como um reflexo do caráter divino. Jesus ensina que o perdão não deve ser contabilizado, pois Deus não limita a graça que derrama sobre nós. Assim, os discípulos são chamados a seguir esse exemplo.
Esse ensinamento também revela que o perdão não é apenas uma obrigação, mas um ato que demonstra a profundidade do amor cristão. O perdão não é baseado no mérito do outro, mas na graça que Deus nos concede. Ele nos chama a agir de forma semelhante, demonstrando que o perdão é um testemunho vivo do amor de Deus.
2. O Perdão Como Reflexo da Graça de Deus
Perdoar não é apenas um ato humano; é uma expressão do caráter de Deus em nós. O perdão incondicional reflete a graça que recebemos através de Cristo, que nos perdoou mesmo quando éramos inimigos de Deus (Romanos 5:8). Quando perdoamos, estamos testemunhando o amor e a misericórdia de Deus ao mundo.
Texto de Apoio:
- Colossenses 3:13 — “Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.”
Comentário:
Perdoar é muito mais do que um gesto humano; é uma expressão do caráter de Deus em nós. A graça que recebemos de Deus, por meio de Jesus Cristo, é a base de todo perdão cristão. Assim como Deus perdoa nossos pecados de forma incondicional, somos chamados a fazer o mesmo com aqueles que nos ofendem. Isso requer humildade e dependência do Espírito Santo.
A Bíblia nos ensina que Deus perdoa não porque merecemos, mas porque Ele é misericordioso. O perdão cristão reflete essa mesma dinâmica. Em Colossenses 3:13, somos instruídos a “suportar uns aos outros” e “perdoar como o Senhor nos perdoou.” Isso significa que nosso perdão não deve depender do arrependimento do outro ou da gravidade da ofensa.
Essa perspectiva transforma o perdão em uma atitude espiritual. Quando perdoamos, não estamos apenas obedecendo a um mandamento, mas participando da obra de Deus em nossa vida. É uma oportunidade de experimentar a liberdade que vem ao liberar mágoas e permitir que Deus trabalhe tanto em nós quanto em quem nos feriu.
3. O Desafio de Perdoar Incondicionalmente
Perdoar setenta vezes sete é um desafio que confronta nossos instintos naturais. Mágoas profundas, traições e injustiças muitas vezes nos levam a guardar rancores e a resistir ao perdão. No entanto, o perdão incondicional não é sobre negar a dor, mas sobre decidir não ser escravizado por ela.
Texto de Apoio:
- Romanos 12:19 — “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira de Deus; porque está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.”
Comentário:
Perdoar de forma incondicional é um dos maiores desafios para o coração humano. A mágoa, o orgulho e o desejo de justiça própria frequentemente nos impedem de perdoar. No entanto, Jesus nos ensina que o perdão não é opcional, mas um reflexo do nosso compromisso com o Evangelho. Perdoar setenta vezes sete não significa ignorar a dor, mas decidir não ser escravizado por ela.
O perdão incondicional não minimiza a gravidade da ofensa nem ignora a necessidade de justiça. Pelo contrário, ele reconhece a dor, mas entrega a justiça nas mãos de Deus. Em Romanos 12:19, somos exortados a não buscar vingança, mas confiar que Deus é o justo juiz. Quando perdoamos, libertamos nosso coração e deixamos Deus agir.
Essa prática exige fé, pois muitas vezes o perdão parece contrário à lógica humana. No entanto, quando perdoamos, abrimos espaço para a cura e para que o amor de Deus se manifeste. O perdão não é sobre o que o outro merece, mas sobre quem nós somos em Cristo: pessoas transformadas por Sua graça.
4. O Perdão Liberta Tanto Quem Perdoa Quanto Quem É Perdoado
O perdão tem o poder de curar feridas emocionais, restaurar relacionamentos e trazer paz ao coração. Jesus sabia que reter o perdão pode aprisionar tanto quem ofende quanto quem é ofendido. Por isso, Ele nos chama a perdoar continuamente, permitindo que a graça flua livremente em nossas vidas.
Texto de Apoio:
- Mateus 6:14-15 — “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas.”
Comentário:
Perdoar de forma incondicional é um dos maiores desafios para o coração humano. A mágoa, o orgulho e o desejo de justiça própria frequentemente nos impedem de perdoar. No entanto, Jesus nos ensina que o perdão não é opcional, mas um reflexo do nosso compromisso com o Evangelho. Perdoar setenta vezes sete não significa ignorar a dor, mas decidir não ser escravizado por ela.
O perdão incondicional não minimiza a gravidade da ofensa nem ignora a necessidade de justiça. Pelo contrário, ele reconhece a dor, mas entrega a justiça nas mãos de Deus. Em Romanos 12:19, somos exortados a não buscar vingança, mas confiar que Deus é o justo juiz. Quando perdoamos, libertamos nosso coração e deixamos Deus agir.
Essa prática exige fé, pois muitas vezes o perdão parece contrário à lógica humana. No entanto, quando perdoamos, abrimos espaço para a cura e para que o amor de Deus se manifeste. O perdão não é sobre o que o outro merece, mas sobre quem nós somos em Cristo: pessoas transformadas por Sua graça.
5. Exemplos Bíblicos de Perdão Incondicional
A Bíblia está repleta de exemplos de perdão radical que inspiram e desafiam nossa caminhada cristã:
- José e seus irmãos:
- José perdoou seus irmãos, que o venderam como escravo, dizendo: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem” (Gênesis 50:20). Ele escolheu ver a mão de Deus mesmo na dor e estendeu perdão.
- Jesus na cruz:
- Mesmo enquanto era crucificado, Jesus orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Esse é o maior exemplo de perdão incondicional.
- Estevão:
- Enquanto era apedrejado, Estevão clamou: “Senhor, não lhes imputes este pecado” (Atos 7:60). Ele refletiu o coração de Cristo mesmo em seus últimos momentos.
Comentário:
A Bíblia nos oferece poderosos exemplos de perdão que desafiam e inspiram nossa caminhada cristã. José, por exemplo, perdoou seus irmãos que o venderam como escravo. Em Gênesis 50:20, ele reconhece que Deus usou o mal para trazer o bem. Seu perdão transformou uma história de traição em uma mensagem de redenção.
O maior exemplo de perdão é Jesus na cruz. Mesmo em meio ao sofrimento, Ele orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). Essa demonstração de perdão incondicional revela o coração de Deus e nos chama a seguir o mesmo caminho.
Outro exemplo é Estevão, que, enquanto era apedrejado, clamou para que Deus não imputasse aquele pecado aos seus agressores (Atos 7:60). Ele imitou o perdão de Cristo, mostrando que o Espírito Santo capacita os crentes a perdoar mesmo nas circunstâncias mais difíceis.
Conclusão
Perdoar setenta vezes sete é uma expressão do amor incondicional de Deus em nossas vidas. Jesus nos chama a perdoar não porque é fácil, mas porque é necessário. O perdão nos liberta, nos transforma e nos aproxima de Deus. Ele é uma prática contínua, que exige fé e humildade.
Que possamos seguir o exemplo de Cristo, estendendo perdão ilimitado a todos que nos ofendem. Dessa forma, refletimos a graça de Deus ao mundo e experimentamos a liberdade que só o perdão pode trazer. Salmos 103:12 nos lembra: “Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões.” Que possamos perdoar assim como fomos perdoados, vivendo a plenitude do amor cristão.