O superávit da balança comercial brasileira despencou em outubro, registrando queda de 52,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, somando US$ 4,343 bilhões — o menor valor para o mês desde 2017. Embora a desvalorização das commodities, como soja, milho, ferro e açúcar, seja um fator direto, especialistas destacam que o real peso dessa queda vai além dos preços internacionais e está ligado à falta de uma política econômica eficaz, à alta carga tributária e à insegurança jurídica que afetam o setor produtivo do país.
O Brasil exportou US$ 29,461 bilhões em outubro, uma leve queda de 0,7% em comparação a outubro de 2023, enquanto as importações subiram 22,5%, totalizando US$ 20,501 bilhões. A baixa nos preços das principais commodities reduziu o valor das exportações, mas a questão estrutural que envolve os altos custos e os obstáculos internos vem se tornando um fardo. O setor agropecuário, por exemplo, viu seus preços médios recuarem 7%, com volume de exportação caindo 5,3%. Na indústria extrativa, a redução dos preços foi de 22,2%, apesar de um aumento de 10,3% no volume.
No entanto, o impacto mais notável está no aumento das importações, com destaque para o gás natural, cuja compra cresceu 306,6%. Esse salto nas importações revela a necessidade crescente de insumos e bens de capital para manter o ritmo econômico, que enfrenta dificuldades devido à falta de incentivos e às barreiras fiscais. A alta carga tributária onera a produção e, ao lado da insegurança jurídica, cria um ambiente desfavorável para investimentos que poderiam fortalecer a economia interna e, assim, reduzir a dependência de commodities voláteis no mercado externo.
Em um cenário de retração comercial, o superávit acumulado entre janeiro e outubro foi de US$ 63,022 bilhões, marcando uma queda de 22% em relação ao ano passado. O governo já revisou a projeção para o superávit de 2024, de US$ 79,2 bilhões para US$ 70 bilhões — uma redução de 28,9% em relação a 2023.
Para reverter essa tendência, especialistas defendem que o Brasil precisa urgentemente de uma política econômica que não apenas busque estabilidade, mas que incentive a produção e o investimento interno. A simplificação tributária e a garantia de segurança jurídica são caminhos para garantir que o país aproveite seu potencial produtivo, tornando-se menos vulnerável às oscilações do mercado internacional e mais competitivo no cenário global.
Por: Pr. Rilson Mota
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