A 16ª cúpula do BRICS, realizada nesta quarta-feira (23) em Kazan, na Rússia, trouxe à tona temas relevantes da agenda internacional. A Declaração de Kazan, documento oficial do encontro, enfatiza a necessidade de reforma do Conselho de Segurança da ONU e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ampliar a representação de países em desenvolvimento e emergentes. O texto sugere uma nova ordem mundial multipolar, com múltiplos centros de poder, afastando-se da atual hegemonia ocidental.
Com 43 páginas e 134 itens, a declaração aborda questões essenciais, como mudanças climáticas, inteligência artificial e conflitos armados pelo mundo. O documento também reforça a importância de um sistema de governança global que esteja em sintonia com a nova realidade econômica e geopolítica. Segundo o presidente chinês Xi Jinping, é essencial que as instituições internacionais se adaptem ao novo equilíbrio de poder. Xi defendeu a cooperação entre o Sul Global e destacou a necessidade de acelerar reformas que aproximem essas instituições das demandas atuais dos países emergentes.
Reforma da Governança Global e Expansão do BRICS
O bloco do BRICS solicitou reformas nas instituições de Bretton Woods, exigindo maior participação de países em desenvolvimento em posições de liderança no FMI e no Banco Mundial. Segundo a declaração, as transformações na economia global precisam ser refletidas na governança dessas organizações, para garantir maior equidade e representatividade.
Outro ponto destacado foi a expansão do BRICS, que sinaliza o fortalecimento da parceria com outros países emergentes. O objetivo é ampliar a cooperação internacional e reforçar a solidariedade entre os membros. A declaração também incentiva o uso de moedas locais em transações comerciais, reduzindo a dependência do dólar nas trocas entre os países membros.
Posições sobre Conflitos Internacionais e Críticas às Sanções Unilaterais
A Declaração de Kazan faz um panorama dos principais conflitos globais, incluindo a guerra na Ucrânia, a situação na Faixa de Gaza, e os embates no Líbano e no Sudão. No texto, o BRICS condena ataques a civis e infraestruturas essenciais, além de pedir cessar-fogo imediato e a libertação de reféns. O documento também expressa apoio à admissão do Estado da Palestina como membro pleno da ONU, reforçando o compromisso com uma solução baseada em dois estados.
O BRICS criticou as sanções econômicas unilaterais aplicadas por potências ocidentais, mencionando países como Rússia, China, Irã e Cuba. Contudo, o professor Paulo Borba Casella, especialista em direito internacional da USP, apontou que a declaração omite que muitas das sanções são uma reação à invasão russa na Ucrânia. Casella observou que o bloco condena as sanções, mas evita abordar as causas que levaram à aplicação dessas medidas punitivas.
Fonte: Agência Brasil
Comentário do Amor Real Notícias
A Declaração de Kazan reflete o desejo dos países do BRICS em redefinir o cenário global, afastando-se da hegemonia das potências ocidentais. O apelo por uma governança multipolar busca garantir maior participação e voz aos países emergentes, em um momento em que as desigualdades globais se tornam mais evidentes. Essa mudança estrutural pode significar novas oportunidades para economias emergentes, mas sua implementação exigirá uma articulação complexa.
A expansão do bloco e o incentivo ao uso de moedas locais representam um passo estratégico para reduzir a dependência do dólar. Isso pode gerar impactos significativos no comércio internacional e fortalecer a cooperação entre os membros do BRICS. Entretanto, para que esse movimento seja sustentável, será necessário definir regras claras e mecanismos eficazes de integração entre os países associados.
As posições do BRICS sobre conflitos globais e sanções econômicas demonstram que o bloco está assumindo um protagonismo crescente na política internacional. No entanto, a crítica às sanções unilaterais sem abordar as razões por trás delas evidencia os desafios que o bloco enfrentará ao tentar consolidar sua visão de uma nova ordem mundial. A cúpula deixa claro que o BRICS busca se estabelecer como um contraponto às potências ocidentais, mas o sucesso dessa iniciativa dependerá da capacidade de seus membros em coordenar ações conjuntas e resolver conflitos internos.
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Pr. Rilson Mota