O mercado financeiro revisou suas expectativas para a inflação deste ano, ajustando a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,39% para 4,5%. A informação consta no Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Banco Central (BC). Essa pesquisa semanal revela as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos. Para 2025, a projeção da inflação também foi revisada, subindo de 3,96% para 3,99%.
A meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2024 é de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, estabelecendo um intervalo entre 1,5% e 4,5%. A partir de 2025, o sistema de meta contínua entrará em vigor, fixando o centro da meta em 3%, com a mesma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.
A inflação registrada em setembro foi impulsionada pelo aumento das tarifas de energia elétrica, com uma alta de 0,44%, após a deflação de 0,02% em agosto. No acumulado de 12 meses, o IPCA apresenta uma elevação de 4,42%.
Selic: Expectativa de Novas Altas e Impacto na Economia
A taxa básica de juros, conhecida como Selic, é um dos principais instrumentos usados pelo Banco Central para controlar a inflação. Atualmente, está definida em 10,75% ao ano, mas a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 5 e 6 de novembro, pode resultar em um novo aumento.
Em agosto de 2022, a Selic chegou ao pico de 13,75% ao ano, sendo posteriormente reduzida com sucessivos cortes. No entanto, as recentes incertezas econômicas e a alta do dólar pressionam o Copom a rever sua política de flexibilização. O mercado prevê que a taxa encerrará 2024 em 11,75% ao ano e seguirá em queda nos próximos anos, chegando a 9% ao ano até 2027.
Com juros elevados, o objetivo é frear a demanda e reduzir a pressão sobre os preços, mas o crédito mais caro impacta negativamente o consumo e os investimentos. Por outro lado, uma Selic baixa pode estimular o crescimento econômico, mas aumenta o risco de inflação descontrolada.
PIB Surpreende, mas Dólar Permanece Elevado
As projeções para o crescimento da economia seguem otimistas. O Produto Interno Bruto (PIB) surpreendeu no segundo trimestre de 2024 com um crescimento de 1,4% em relação ao trimestre anterior. Para o ano, a previsão é de 3,05%. Nos próximos anos, a expectativa de crescimento é mais modesta, com uma expansão de 2% ao ano para 2026 e 2027.
Em relação ao câmbio, a previsão para o dólar no final deste ano é de R$ 5,42. Para 2025, o mercado estima que a moeda norte-americana fique em R$ 5,40, refletindo a volatilidade no cenário internacional e as incertezas econômicas internas.
Fonte: Agência Brasil
Comentário: O Custo dos Ajustes Econômicos no Brasil
As recentes decisões do governo federal para conter a inflação e equilibrar as contas públicas têm gerado uma série de críticas, especialmente pela falta de uma estratégia clara para corte de gastos públicos. A manutenção de um setor público inchado e o aumento de impostos afetam diretamente a confiança dos investidores, travando o crescimento econômico e elevando o custo de vida da população.
Em momentos de crise, é fundamental que o governo adote políticas fiscais mais eficientes, focando em gastos essenciais e evitando desperdícios. Medidas austeras, como corte de despesas desnecessárias, são imprescindíveis para evitar um cenário de inflação descontrolada. No entanto, o aumento de impostos tem o efeito contrário: além de reduzir o consumo, desestimula a entrada de investimentos estrangeiros.
O Brasil precisa encontrar um equilíbrio entre políticas de estímulo e controle fiscal. A solução não passa apenas por elevar a taxa de juros ou aumentar impostos, mas também por reformas estruturais que tornem a economia mais competitiva e atraente para investidores. O desafio é grande, mas medidas bem planejadas podem colocar o país de volta no caminho do crescimento sustentável.
Pr. Rilson Mota
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