A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), emitiu um alerta de risco nesta quarta-feira (16) diante da confirmação de oito casos de sarampo na província de Río Negro, Argentina. O alerta tem como objetivo intensificar as medidas de prevenção em todo o estado, já que, apesar de o Paraná não ter casos recentes da doença, a proximidade com a Argentina e o fluxo constante de pessoas entre os países aumenta a possibilidade de reintrodução do vírus.
Risco de reintrodução do sarampo no Brasil
O Brasil havia recebido, em 2016, a certificação de eliminação do sarampo pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Entretanto, com o fluxo migratório intenso e a baixa cobertura vacinal, o vírus voltou a circular entre 2018 e 2022, fazendo o país registrar 21.704 casos confirmados apenas em 2019, ano em que perdeu sua certificação. Neste ano de 2024, o Brasil já contabiliza dois casos importados: um no Rio Grande do Sul, vindo do Paquistão, e outro em Minas Gerais, com origem na Inglaterra.
Entre agosto de 2019 e junho de 2020, o Paraná confirmou 2.081 casos de sarampo. Desde então, não houve novos registros, com o último caso sendo identificado em junho de 2020.
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Sarampo: Uma doença de alta transmissibilidade
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida pelo ar por meio de gotículas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou até respirar. Essas partículas podem permanecer no ar por várias horas, aumentando o potencial de disseminação.
A vacinação é a maneira mais eficaz de prevenção. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente duas vacinas para proteger contra a doença:
- Tríplice viral: protege contra sarampo, caxumba e rubéola, indicada para pessoas de 12 meses a 59 anos;
- Tetraviral: inclui a proteção adicional contra varicela (catapora), sendo aplicada aos 15 meses de idade.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, César Neves, a vacinação é essencial para impedir novos surtos:
“O sarampo é uma doença de fácil transmissão e, por isso, reforçamos a importância da imunização. A vacina é a única forma eficaz de prevenção e é fundamental que o maior número de pessoas seja imunizado para bloquear a circulação do vírus.”
Cobertura vacinal e metas alcançadas
O esquema vacinal prevê:
- Crianças: primeira dose aos 12 meses e segunda aos 15 meses (com a tetraviral).
- Pessoas até 29 anos: duas doses da vacina.
- Adultos entre 30 e 59 anos: uma dose.
- Profissionais de saúde: independentemente da idade, devem receber duas doses.
No Paraná, 95,72% das crianças de um ano já receberam a primeira dose da vacina, cumprindo a meta do Ministério da Saúde de 95% de cobertura. Entretanto, a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes, alerta que é essencial manter a cobertura elevada:
“Cumprir a meta é importante, mas precisamos manter o índice homogêneo em todo o estado para garantir a proteção da população.”
Sintomas e cuidados
Os principais sintomas do sarampo incluem febre alta, tosse, coriza, conjuntivite e manchas avermelhadas que surgem inicialmente no rosto e atrás das orelhas, espalhando-se por todo o corpo. Em alguns casos, pode haver dor de cabeça, diarreia e indisposição.
Como não existe tratamento específico, é necessário que o paciente permaneça em isolamento por sete dias após o aparecimento das manchas, evitando a disseminação do vírus.
Notificação de casos e medidas de controle
Os casos suspeitos de sarampo devem ser notificados imediatamente às Secretarias Municipais e Regionais de Saúde e à Secretaria Estadual de Saúde para que medidas de controle sejam adotadas rapidamente. A identificação precoce é essencial para interromper a transmissão e proteger a comunidade.
Para mais informações
Acesse a página oficial da Sesa para acompanhar as atualizações.
Fonte: Agência Estadual de Notícias
Pr. Rilson Mota
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