Invasão teria sido concomitante com um ataque a diversas empresas no mundo, que levou a um pedido milionário de resgate
O Partido Republicano dos EUA foi alvo de um ataque hacker, segundo informações da emissora norte-americana Bloomberg. Os autores da invasão cibernética teriam sido russos do grupo conhecido como APT 29 ou Cozy Bear (urso aconchegante, em tradução literal). Há indícios de que o grupo tenha vínculo com os serviços de inteligência de Moscou.
De acordo com o porta-voz do Partido Republicano, nenhum dado foi roubado, e o acesso dos hackers ao sistema foi bloqueado tão logo a invasão foi detectada. Os criminosos cibernéticos seriam os mesmos que em 2016 invadiram o sistema do Partido Democrata norte-americano.
A invasão teria ocorrido através do provedor Synnex. “Após uma investigação completa, nenhum dado foi acessado. Continuaremos a trabalhar com a Microsoft, bem como com autoridades federais, neste assunto”, disse o chefe do partido Richard Walters.
A invasão aos sistemas do partido teria ocorrido simultaneamente a um ataque em massa contra sistemas de diversas empresas do mundo todo. No caso deste último, os hackers sequestraram informações e pediram um resgate de US$ 70 milhões em bitcoin pela devolução dos dados.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, negou envolvimento do governo russo. “Só podemos repetir que, aconteça o que acontecer, e não sabemos especificamente o que aconteceu aqui, isso não teve conexão com Moscou”, disse ele.
Prejuízo bilionário
Ataques promovidos por seis hackers russos entre 2015 e 2018 causaram um prejuízo de mais de US$ 10 bilhões no mundo. O grupo é procurado pelo FBI (Departamento Federal de Investigações, da sigla em inglês) dos Estados Unidos.
De acordo com o portal Politico, os criminosos são oficiais da inteligência russa e, além de prejudicar empresas e redes elétricas na Europa, também estariam envolvidos em roubo de identidade e conspiração para fraude.
Uma das campanhas teria ocorrido em 2017, quando hackers invadiram uma rede elétrica ucraniana e vazaram informações para tentar interferir nas eleições francesas, apontam as acusações.
A dinamarquesa Maersk, do setor de logística, teve toda a sua operação prejudicada após um colapso na rede causado pelo malware impulsionado pelos russos. Outras empresas como a norte-americana FedEx, de transporte e remessas, e a farmacêutica alemã Merck também registraram prejuízos bilionários após invasões de sistemas digitais.