A Petrobras anunciou nesta quinta-feira, 10, reajustes nos preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, depois de quase dois meses congelados. Segundo a empresa, os novos valores são resultado do aumento do preço do petróleo no mundo, “impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial”.
“A partir da sexta-feira 11, o preço médio de venda da gasolina para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, um aumento de 18,8%. Para o diesel, o preço médio passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, uma alta de 24,9%”, comunicou a empresa.
Gás de cozinha (GLP)
Para o GLP, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras foi reajustado em 16%, e passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilogramas (kg), equivalente a R$ 58,21 por 13 kg. O produto não era reajustado há 152 dias.
Especialista defende que o governo não interfira na Petrobras
Adriano Pires, um dos maiores especialistas em energia do Brasil e atual diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, afirma que o governo federal não tem de interferir nos preços da Petrobras. Para ajudar os consumidores, Pires defende algumas medidas que podem ser tomadas pelo Executivo.
“Uma delas é um fundo para a estabilização de preços como meio de evitar que a volatilidade do mercado internacional impacte no doméstico”, disse. “Quando o petróleo estiver alto, o fundo daria a Petrobras e importadores o dinheiro para cobrir a diferença entre o mercado internacional e o preço que está sendo cobrado na bomba. Quando o preço cair, esse dinheiro é usado para capitalizar o fundo, já que a volatilidade do petróleo é para cima e para baixo”, explicou.
Pires constatou ainda que outro mecanismo que pode ajudar as pessoas é não deixar aumentar a tarifa de transporte urbano, ampliar os beneficiários do auxílio-gás e discutir a questão tributária. “O Brasil precisa urgentemente de uma reforma tributária. O setor energético está com o imposto alto demais”, observou.
Comunicado da estatal sobre preços da gasolina e demais produtos
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras.”
Fonte: Revista Oeste