O partido Republicanos convidou o apresentador Luiz Datena para se filiar ao partido e se candidatar ao Senado por São Paulo. O primeiro a sondá-lo foi o deputado Celso Russomanno (Republicanos-SP). Em seguida, ele conversou com o presidente da legenda, Marcos Pereira.
Em um movimento paralelo, Pereira se reuniu com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, na semana passada. Pré-candidato ao governo de SP com apoio de Jair Bolsonaro, ele ainda não sabe a qual legenda vai se filiar, mas está sendo pressionado a aceitar o convite do Republicanos.
O próprio presidente da República também se movimentou no jogo: no sábado (19), Bolsonaro telefonou para Datena. E disse que o apresentador poderia ajudar Tarcísio a se eleger ao governo de São Paulo.
Datena confirma a conversa com Bolsonaro, mas diz que não tomou decisão ainda sobre seu destino político.
O Republicanos, por sua vez, deixou o apresentador totalmente à vontade para decidir o que fazer caso se lance candidato pela legenda.
Ele poderia simplesmente fazer a publicidade de seu próprio nome, sem pedir votos para Tarcísio ou para algum outro político que se lance ao cargo, caso o ministro não entre na legenda. E não seria obrigado apoiar o candidato à Presidência ao qual a legenda eventualmente se aliasse.
O apresentador tem repetido que não gostaria de endossar uma candidatura presidencial.
A entrada de Tarcísio no Republicanos pode abrir caminho para a assimilação do nome dele entre evangélicos no estado. A legenda é considerada o braço político da Igreja Universal do Reino de Deus, liderada por Edir Macedo.
Datena tem sido sondado também por diversas outras legendas.
Um dia antes de conversar com Bolsonaro, por exemplo, ele recebeu um telefonema do presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O pedetista sondou o apresentador sobre a possibilidade de se candidatar ao governo de SP, apoiando Ciro Gomes (PDT-CE) à Presidência. E falou também sobre a possibilidade de uma candidatura a vice.
Datena tem mantido diálogo também com o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB-SP), que vai disputar o governo paulista com o apoio de João Doria.
Ele afirma, no entanto, que o PSDB “está demorando muito para se definir”. Diz estranhar especialmente a movimentação de tucanos para que Doria não seja candidato a presidente da República.
“Eu acho estranho eles fazerem uma prévia [para a escolha do candidato] e depois tentarem derrubar o Doria [que venceu o pleito interno]. Estão pregando um golpe. Não acho justo”, afirma ele.
Fonte: Folhapress