Faltando pouco mais de dez dias para a abertura da “janela partidária”, a previsão dos próprios deputados é de que haja um recorde de parlamentares mudando de legenda no mês que vem. A partir de 2 de março até 2 de abril, eles podem mudar de siglas sem o risco de perda de mandato. As mudanças são guiadas pela adaptação de cada deputado ao cenário da disputa pelo governo do Estado e a presidência da República. A maioria deve buscar siglas alinhadas com seus pré-candidatos ao Palácio Iguaçu e ao Planalto.
Boa parte dos deputados que vão mudar de partido o farão em busca de uma legenda que apoie a reeleição do governador Ratinho Júnior (PSD). O presidente da Assembleia, Ademar Traiano, por exemplo, já anunciou que está de saída do PSDB para aderir ao PSD de Ratinho Jr. Ele confirmou a intenção depois que o PSDB lançou a pré-candidatura do ex-prefeito de Guarapuava, César Silvestri, ao governo do Estado. O mesmo deve fazer o deputado estadual Paulo Litro, que renunciou à presidência do PSDB do Paraná após a filiação de Silvestri.
Traiano prevê que pelo menos uma dezena de parlamentares deve mudar de partido. “Nós teremos aí inúmeros parlamentares, pelas informações que eu tenho tido, que farão a mudança partidária. Eu acho que nós teremos aí pelo menos dez parlamentares que vão mudar de partido”, afirma.
Garantia – O PSB negocia nacionalmente uma federação com o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência. E Lula já anunciou a intenção de apoiar no Paraná a pré-candidatura do ex-governador Roberto Requião (sem partido) ao Palácio Iguaçu. Os deputados do PSB, porém, apoiam a reeleição de Ratinho Jr. E dizem ter a garantia da direção nacional da legenda para manter esse apoio. Eles não descartam deixar a legenda caso o partido insista em lançar Requião ao governo.
“Ficou encaminhada uma aliança no Paraná, até porque todos têm uma relação com o PSD e o governador. Esse acordo está valendo. Só está em uma situação complexa por causa da possibilidade da federação, porque a federação tem prevalência para lançar a candidatura do Requião (ao governo), o que provavelmente inviabilizaria isso”, diz o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB). Segundo ele, caso a sigla insista na pré-candidatura, os parlamentares podem deixar a legenda. “É possível. Estamos avaliando as possibilidades. Acho que vai ter muita (mudança)”, prevê.
Segundo o deputado Artagão Júnior (PSB), qualquer decisão será tomada de forma coletiva. “A ideia é a decisão que for tomada os deputados juntos para que a gente faça um encaminhamento coletivo. Ainda não existe uma decisão tomada, mas existem ‘namoros’ em andamento”, afirma. “Nós temos diversos convites. Do MDB, do PP, do PROS, do Podemos, do próprio PSD. Mas ainda não tem nenhuma definição”, explica.
Fonte: Bem Paraná