Grande parte da cidade está sem luz nem água. ‘São inúmeros carros abandonados, ônibus dentro de rios’, disse o secretário de Defesa Civil.
A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na manhã desta quarta-feira (16) que subiu para 44 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não tem ideia do número de desaparecidos.
A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento às vítimas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.
A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no município nesta quarta-feira (16).
Cidade sob a lama
Com o dia claro, era possível ver o tamanho da devastação — embora, em muitos locais, fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.
Morros vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram empilhados com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.
O Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina. Um vídeo mostrou o momento da queda.
Socorristas buscam vítimas na janela do segundo andar de um prédio — o primeiro foi soterrado.
Outras regiões também foram atingidas, como 24 de Maio, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Vila Felipe, Vila Militar e as ruas Uruguai, Whashington Luiz e Coronel Veiga.
Corpos também foram encontrados no Centro da cidade depois que o nível do rio desceu.
Vídeos mostram tragédia em Petrópolis:
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‘Situação quase de guerra’, diz governador
O governador Cláudio Castro cancelou a agenda desta quarta-feira e foi para Petrópolis.
“A situação é quase que de guerra. Vimos carros pendurado em poste. Carro virado de cabeça para baixo. Muita lama e muita água ainda”, descreveu.
Segundo Castro, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, deve ir à cidade na próxima sexta-feira (18). “Grupos de trabalho já estão vendo o que vai precisar ser reconstruído. Mas nesse momento é salvar as pessoas e limpar a lama, lixo e escombros”, disse.
Castro afirmou que “as sirenes funcionaram perfeitamente”. “Tanto que a tragédia não foi maior porque as sirenes funcionaram.”
“Mas foi uma tragédia de uma hora para outra, com uma quantidade de chuva raramente vista: 200 milímetros em duas horas é uma quantidade absurda e infelizmente, não teve como salvar todas as pessoas”.
‘Muita gente chegando em óbito, cheia de terra, de várias idades’, relatou um médico em um pronto-socorro.
Petrópolis tem intensa movimentação de viaturas e ambulâncias na madrugada após chuva.
“Estamos passando por uma situação de extrema gravidade, e direcionamos todos os esforços para garantir o socorro da população”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.
A busca por sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros, Exército e Defesa Civil.
Agentes das secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Comdep e CPTrans também atuavam no atendimento da população e recuperação da cidade.
“Orientamos a população que ao sinal de qualquer instabilidade nas áreas em que residem, que procure o ponto de apoio e nos acionem”, destacou o secretário de Defesa Civil, o Tenente Coronel Gil Kempers.
Pitoco é resgatado do alto de montanha de lama em Petrópolis.
Carros deformados no leito de rio em Petrópolis.
Mulheres usam pás e enxadas para revirar escombros em Petrópolis.
Imagem de Castelânea, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
Homem faz busca em escombros no Morro da Oficina, em Petrópolis.
Moradores do Morro da Oficina observam a retirada de mais um corpo dos escombros da região, em Petrópolis.
Carros foram levados pelo temporal em Petrópolis, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Local atingido pelo desmoronamento de terra no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Alexandre Kapiche
Área onde houve queda de barreira com vítimas foram soterradas no Morro da Oficina, em Petrópolis — Foto: Lucas Machado
Fonte: Inter TV