Para quem busca alimentação mais saudável, preço continua sendo maior limitador do acesso aos alimentos orgânicos. Especialistas explicam os motivos de custar mais.
Orgânicos estão 30% mais caros que alimentos convencionais nas feiras do Paraná — Foto: Raul Gonzalez Escobar/Unplash
A busca por uma alimentação mais saudável tem feito o mercado de produtos orgânicos crescer no Paraná e em todo o país. No entanto, o preço continua sendo o maior limitador do acesso da população a esses alimentos.
Uma pesquisa do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (SEAB), feita no fim de 2021, mas que vale para os preços praticados durante este ano, apontou que os alimentos orgânicos são, em média, 30% mais caros do que os convencionais em feiras de produtores no Paraná.
A pesquisa foi feita com base nos preços de produtos selecionados da agricultura familiar que vão para as feiras do produtor. Foram realizados levantamentos nos meses de março, junho e setembro de 2021 nas regionais da SEAB. O resultado da pesquisa é a média geral destes meses.
Dos cerca de 100 produtos pesquisados, a maior diferença de preço entre convencional e orgânico é do quilo da manteiga, sendo o da orgânica R$ 11,51 mais caro.
Entre frutas, verduras e legumes, as maiores variações de preços são do quilo da hortelã e do alho nacional, de R$ 8,83 e R$ 8,33, respectivamente.
No caso do arroz, a diferença do preço entre convencional e orgânico é menor. O quilo do arroz convencional custa R$ 4,73, e o do orgânico sai a R$ 5,95 – variação de R$ 1,22.
Confira a diferença dos valores dos alimentos orgânicos e convencionais mais abaixo.
“O que preconiza a legislação, tanto a estadual quanto a federal, é o seguinte: se a gente observar que o alimento ficou mais caro que 30%, a gente vai fixar em 30%. Caso a variação seja menor, a gente vai respeitar esse índice. Mas, caso chegue a 40%, a gente vai fixar em 30% para que realmente se torne um preço viável para a administração”, diz Márcia Cristina Stolarski, diretora de segurança alimentar e nutricional da SEAB.
Por que orgânicos custam mais?
A produção orgânica tem uma responsabilidade socioambiental maior, que é prevista na lei 10.831, o que exige mais investimentos por parte do produtor rural.
Além de não usar agrotóxicos e nem cultivar transgênicos, uma propriedade de orgânicos é obrigada a manter práticas que preservem o meio ambiente.
A agricultura orgânica é feita geralmente em pequenas propriedades administradas, em muitos casos, por agricultores familiares.
Daniele Comarella, produtora e presidente da Associação para O Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA), produz mais de 20 tipos de produtos orgânicos em Agudos do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
“A gente produz tomate, berinjela, pimentão, pimenta, etc. Isso no verão. No inverno, a gente produz cebola, salsão, temperos, mas sempre fazendo rotação de cultura. Como a gente não pode passar nada para diminuir a capina, a gente é obrigado a fazer adubação verde, para engordar o solo e deixar o solo melhor para produzir. Isso tudo vira uma massa, uma palhada, que faz com que não nasça tanto mato para a gente fazer o manejo, que é diferente da cultura convencional, que o pessoal usa herbicida”.
Plantação de tomates orgânicos — Foto: Arquivo pessoal/Daniele Comarella/AOPA
A produtora explica que o trabalho é maior, uma vez que o controle de pragas deve ser todo natural. Além disso, a produção demora mais do que a de um produto convencional.
“Uma planta que ajuda a outra ou aquela que atrai para não ser atrativo da cultura comercial, então a gente tem que ter bastante estratégia e planejamento para poder não perder a safra. Se a gente não cuida, não faz um preventivo na lavoura, a gente não tem como, depois que tem algum fungo instalado, passar algum outro produto para matar. Então tem culturas que a gente demora mais e a produção também acaba sendo menor. Todo esse cuidado, esse planejamento, esse preventivo que a gente tem que fazer acaba fazendo com que a gente tenha uma mão de obra maior para conseguir a produção”.
O modo de produzir não pode contaminar o ar, o solo, a água e precisa respeitar as características sociais, culturais e econômicas da comunidade ao redor. Veja mais detalhes mais abaixo.
“A gente não pode também fazer sempre a mesma cultura. Por mais que eu consiga um mercado super bom para o tomate agora, eu não posso ficar só sugando a mesma coisa da terra o tempo todo porque isso vai acarretar depois em uma praga de solo que eu não vou poder matar porque eu tenho que sempre estar trabalhando com equilíbrio natural. Então, eu tenho que fazer um vínculo com meu lojista – no caso, a gente vende para hortifrutis, empórios e para o pessoal das cestas e feiras -, e a gente sempre tem um pouco de cada produto para dar um equilibro no solo e um diferencial”.
Produto da Associação para O Desenvolvimento da Agroecologia (AOPA) — Foto: Arquivo pessoal/Daniele Comarella/AOPA
Daniele conta que, apesar de ter que seguir mais etapas até que o alimento produzido seja vendido ao consumidor, o trabalho vale a pena por saber que está agredindo menos o meio ambiente e também conseguir entregar algo mais natural para as pessoas.
“Eu acredito que é um caminho sem volta. Você começa a trabalhar com essa consciência e no teu ambiente, você sabe que não está poluindo água ou que você conservando seu espaço, diversificando, trazendo saúde para a mesa, então compensa. O consumidor também está mais atento, a demanda aumentou muito”.
Pela lei, a finalidade de um sistema de produção orgânico é:
- a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais;
- a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção;
- incrementar a atividade biológica do solo;
- promover um uso saudável do solo, da água e do ar, e reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas;
- manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo;
- a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis;
- basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente;
- incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produtos orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos;
- manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, com o propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas.
Essas exigências previstas na lei são fiscalizadas por empresas privadas certificadoras, autorizadas e acompanhadas pelo Ministério da Agricultura.
Agricultura orgânica triplicou nos últimos 10 anos
Veja a diferença nos preços dos produtos
Frutas, legumes e verduras
Produto | Preço convencional | Preço orgânico |
Abacate | R$ 4,30 | R$ 5,51 |
Abacaxi | R$ 4,20 | R$ 4,87 |
Abobrinha Verde | R$ 4,07 | R$ 5,67 |
Acelga/Couve Chinesa | R$ 4,81 | R$ 7,48 |
Acerola | R$ 9,07 | R$ 9,33 |
Agrião | R$ 7,58 | R$ 9,45 |
Alface | R$ 6,31 | R$ 9,47 |
Alho Nacional | R$ 25,12 | R$ 33,45 |
Almeirão | R$ 7,02 | R$ 7,71 |
Ameixa | R$ 10,83 | R$ 12,57 |
Amendoim com casca | R$ 11,44 | R$ 15,90 |
Amendoim sem casca | R$ 14,30 | R$ 15,90 |
Banana Caturra | R$ 3,43 | R$ 4,25 |
Banana Maça / Prata | R$ 4,42 | R$ 5,02 |
Batata Doce | R$ 2,96 | R$ 3,80 |
Batata Inglesa | R$ 3,50 | R$ 5,42 |
Batata Salsa | R$ 6,40 | R$ 9,72 |
Berinjela | R$ 5,33 | R$ 5,92 |
Beterraba | R$ 3,84 | R$ 5,40 |
Brócolis | R$ 7,00 | R$ 9,98 |
Caqui Chocolate / Café | R$ 5,36 | R$ 6,79 |
Cará | R$ 4,29 | R$ 4,46 |
Cebola | R$ 3,74 | R$ 5,78 |
Cebolinha Verde | R$ 11,65 | R$ 16,03 |
Cenoura | R$ 3,23 | R$ 5,24 |
Chuchu | R$ 3,21 | R$ 3,75 |
Couve Flor | R$ 5,41 | R$ 8,09 |
Couve Manteiga | R$ 7,50 | R$ 8,58 |
Escarola | R$ 4,06 | R$ 6,58 |
Espinafre | R$ 7,24 | R$ 11,82 |
Ervilha Torta | R$ 14,51 | R$ 17,62 |
Goiaba | R$ 5,55 | R$ 6,67 |
Hortelã | R$ 19,14 | R$ 27,97 |
Inhame | R$ 4,85 | R$ 5,83 |
Jabuticaba | R$ 5,26 | R$ 7,25 |
Kiwi | R$ 8,63 | R$ 12,75 |
Laranja Baiana / Lima | R$ 4,08 | R$ 4,36 |
Laranja Pêra | R$ 2,66 | R$ 3,32 |
Limão | R$ 2,92 | R$ 3,32 |
Maça | R$ 5,26 | R$ 8,59 |
Mamão | R$ 4,22 | R$ 4,94 |
Manga | R$ 3,51 | R$ 3,87 |
Maracujá | R$ 6,01 | R$ 8,46 |
Melancia | R$ 2,01 | R$ 3,29 |
Melão | R$ 3,65 | R$ 4,80 |
Milho Verde sem palha | R$ 6,12 | R$ 7,45 |
Milho Pipoca | R$ 5,87 | R$ 9,58 |
Molho de Tomate | R$ 8,38 | R$ 11,43 |
Morango | R$ 18,57 | R$ 21,20 |
Pepino | R$ 3,38 | R$ 4,98 |
Pêra | R$ 5,87 | R$ 7,83 |
Pêssego | R$ 5,51 | R$ 7,43 |
Pimentão | R$ 6,70 | R$ 8,62 |
Pinhão | R$ 7,14 | R$ 10,29 |
Quiabo | R$ 5,80 | R$ 8,13 |
Rabanete | R$ 5,40 | R$ 7,29 |
Repolho Verde / Roxo | R$ 3,04 | R$ 3,84 |
Rúcula | R$ 7,86 | R$ 9,11 |
Salsinha | R$ 11,74 | R$ 16,64 |
Tangerinas – exceto poncã | R$ 3,99 | R$ 4,70 |
Tangerina Poncã | R$ 3,76 | R$ 4,70 |
Tomate | R$ 4,36 | R$ 7,12 |
Uva | R$ 10,02 | R$ 14,06 |
Vagem | R$ 8,54 | R$ 10,46 |
Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB)
Alimentos processados orgânicos e convencionais
Produto | Preço convencional | Preço orgânico |
Abóbora descascada, picada, embalada à vacuo | R$ 4,79 | R$ 7,69 |
Mandioca descascada, picada, embalada à vacuo | R$ 4,88 | R$ 6,33 |
Cuca/bolo simples | R$ 15,26 | R$ 16,02 |
Pão caseiro fatiado | R$ 11,92 | R$ 12,83 |
Bolacha caseira | R$ 20,63 | R$ 24,53 |
Doce de frutas pastoso/geleia | R$ 18,93 | R$ 24,96 |
Mel até 1 kg | R$ 24,84 | R$ 31,07 |
Polpa de fruta congelada | R$ 14,16 | R$ 16,08 |
Suco de laranja integral | R$ 11,67 | R$ 17,08 |
Suco de maça integral | R$ 17,77 | R$ 20,08 |
Suco de uva integral | R$ 14,34 | R$ 18,55 |
Fonte: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (SEAB)
Alimentos de origem animal orgânicos e convencionais
Produto | Preço convencional | Preço orgânico |
Banha de porco | R$ 15,10 | R$ 19,11 |
Bisteca suína congelada | R$ 15,32 | R$ 22,76 |
Filé de bagre ou pescada congelado | R$ 31,16 | R$ 35,62 |
Filé de tilápia congelado | R$ 35,49 | R$ 39,62 |
Manteiga | R$ 28,71 | R$ 40,22 |
Ovos até tipo 2 | R$ 6,70 | R$ 10,72 |
Sobrecoxa de frango congelada com osso | R$ 8,23 | R$ 13,44 |
Fonte: Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB)
Arroz, farinha e feijão orgânicos e convencionais
Produto | Preço convencional | Preço orgânico |
Açúcar mascavo | R$ 12,72 | R$ 13,56 |
Arroz polido até tipo 2 | R$ 4,73 | R$ 5,95 |
Arroz parboilizado até tipo 2 | R$ 4,87 | R$ 6,21 |
Farinha de mandioca, torrada ou biju | R$ 6,01 | R$ 7,91 |
Farinha de milho | R$ 4,93 | R$ 8,04 |
Farinha de trigo branca | R$ 4,50 | R$ 5,86 |
Feijão cores | R$ 8,41 | R$ 10,54 |
Feijão preto | R$ 7,80 | R$ 10,65 |
Macarrão | R$ 12,29 | R$ 15,90 |
Polvilho doce ou azedo | R$ 6,53 | R$ 7,75 |
Fonte: Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB)
Alimentos da biodiversidade e plantas comestíveis não convencionais
Produto | Preço convencional | Preço orgânico |
Araçá | R$ 2,17 | R$ 3,20 |
Amora preta | R$ 6,04 | R$ 7,65 |
Azedinha | R$ 3,40 | R$ 4,00 |
Butiá | R$ 5,60 | R$ 8,61 |
Framboesa | R$ 7,68 | R$ 9,60 |
Guabiroba | R$ 2,36 | R$ 3,86 |
Fonte: Secretaria da Agricultura e Abastecimento (SEAB)
Vantagens dos orgânicos
Alexsandro Wosniaki, nutricionista e coordenador de segurança alimentar e nutricional de Araucária, afirma que um produto convencional é produzido com o uso de agrotóxicos, que quando utilizados de maneira errônea ou em excesso, podem trazer prejuízos tanto a saúde humana, quanto a saúde do meio ambiente.
“Por mais que existam limites legais para o uso de agrotóxico, muitas vezes esse limite não é respeitado e também é muito difícil de ser fiscalizado, e hoje, já é clara a relação entre o consumo em excesso desses defensivos químicos e o desenvolvimento de vários tipos de câncer”.
Porém, Wosniaki explica que, ao optar pela compra de um produto orgânico, também é necessário estar atento para não cair em enganações.
“O produto orgânico é produzido sem o uso de agrotóxicos e precisa de uma certificação para ser chamado de orgânico. Mesmo assim, pode acontecer de, algumas vezes, não ser ambientalmente sustentável, pois pode não respeitar o ciclo de produção (as safras) e, muitas vezes, o produtor não recebe um preço justo por sua produção. Já o alimento agroecológico pensa em todo o ciclo de produção e também é certificado. Além de respeitar a saúde de quem consome e de quem produz os alimentos e também a saúde do meio ambiente”.
Produtos orgânicos são vendidos em feiras — Foto: Arquivo pessoal/Divulgação
O nutricionista pontua os principais benefícios do consumo de produto orgânico:
- por ser respeitado a safra do produto, eles são mais saborosos;
- são alimentos livres de contaminantes químicos;
- são produzidos pensando no meio ambiente e não poluem as águas, os rios e os solos;
- ajuda a agricultura familiar, o que garante produção de alimentos e revitaliza as comunidades rurais;
- ajuda na redução do aquecimento global;
- colabora com a restauração e manutenção da biodiversidade, protegendo a vida animal e vegetal;
- garante cidadania e responsabilidade social, pois tem como princípio a comida de verdade, com a preservação da natureza;
- consumidor paga um preço justo, e o produtor também recebe um valor adequado a produção.
Em relação ao último tópico, Wosniaki diz que é preciso desmistificar a questão de valor, pois o preço deve ser justo tanto para quem produz, quanto para quem compra e consome, garantindo assim mais saúde.
Além disso, segundo ele, o orgânico se torna de fato caro quando o orgânico é produzido em larga escala e é vendido nos supermercados convencionais.
“Ele passa a ser ‘gourmetizado’, ou seja, tem o princípio da produção orgânica, mas lança mão de embalagens plásticas e de isopor, o que eleva o preço e perde uma característica essencial, que é ser sustentável ambientalmente. Além de que o preço que é pago para o produtor que produz esse alimento não é justo, é exploratório”, afirma.
Produtos orgânicos ganham espaço — Foto: Wilson Aiello/EPTV
Diferença da composição
A coordenadora do curso de nutrição da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Flávia Auler, explica o porquê de algumas pessoas acreditarem que quanto mais nutrientes um produto tem, melhor ele faz ao organismo.
“Quando a gente fala de composição nutricional, a gente faz uma análise que envolve a composição centesimal junto com um conceito que a gente trabalha de biodisponibilidade – o quanto de nutriente que realmente vai ser utilizado pelo nosso corpo. A composição centesimal é composta por carboidratos, proteína, lipídios, fibras, todas as vitaminas, minerais. Então, a discussão não deve ser se a composição nutricional dos convencionais é maior do que a dos orgânicos, pois não adianta ter maior quantidade e essa quantidade não ser realmente utilizada pelo nosso organismo”.
Ela afirma que o orgânico é um produto mais saudável porque na sua composição nutricional não tem excessos de nutrientes. Em um produto que é cultivado convencionalmente, eles acabam colocando algum tipo de fertilizante que favorece com que aumente fósforo, ferro, nitrogênio.
“Isso é a composição do fertilizante. Se tem no fertilizante, aquele convencional vai ficar com teor a mais de ferro, fósforo, nitrogênio. Mas o excesso desses minerais não são totalmente absorvidos pelo nosso organismo e aí não vai adiantar nada porque o nosso organismo funciona em um sistema de homeostase, então se há um nutriente a mais, esse nutriente a mais pode comprometer os outros nutrientes, então é muito arriscado no sentido de ‘vou comer um produto convencional que tem muito mais ferro, mas em contrapartida esse ferro compete pelo zinco, e o zinco não é absorvido, etc”.
Produtos orgânicos produzidos pela agricultura familiar — Foto: Mateus Pereira / GOVBA
Por Natalia Filippin/Com colaboração de Leandro Georgete e Isadora Mendes