Hoje me passou pela cabeça o que faria,
Se você, papai, fosse meu filho.
Se você fosse meu filho, e eu notasse você
Carregado de perguntas e interrogações,
Dialogaria sobre as coisas da vida,
Diria de onde você veio, como nasceu.
Contaria as peraltices da infância.
Falaria do amor de Deus, de Jesus, de salvação…
É tão bom, papai, bater papo com você!
Se você fosse meu filho, e brigasse com a mamãe,
(como eu faço com a irmãzinha às vezes),
vocês fariam as pazes logo, logo.
Obrigariam um ao outro apertar a mão,
Beijar a face, e, num abraço gostoso pedir perdão.
Se você, papai, fosse meu filho,
Não deixaria você comer às pressas.
Sair correndo, quase morrendo.
Eu quero ver você bem bonito, bem gordinho.
Eu quero ver você ficar velhinho!
Se você fosse meu filho,
Levaria você ao parque, ao jardim.
Compraria pipoca, sorvete, bombom,
Faria tudo para você ficar contente.
Que bom, papai, quando você passeia com a gente!
Se você fosse meu filho, na hora de dormir,
Eu deixaria de ver televisão, iria ao quarto,
Segurar-lhe a mão, fazer oração,
E cantar cantigas de ninar…
É tão gostoso ouvir você cantar comigo,
E dizer em oração: Papai do céu…
Ah! Eu gosto tanto, tanto de você.
Que eu gostaria, papai, de ser seu pai!
Silvino Netto