O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi detido na tarde desta sexta-feira (4) na Praça 29 de Março, no bairro Mercês. Em um vídeo, publicado nas redes sociais, o político mostra o momento da abordagem da Polícia Militar, que alega perturbação de sossego e obstrução do trabalho da PM [não é possível definir qual das acusações é direcionada ao vereador]. Na filmagem, Freitas indica que estava praticando esportes e ouvindo música e acusa os policiais de arbitrariedade na ação e racismo.
Em nota, a assessoria de Freitas aponta que a prisão ocorreu “durante um momento de prática esportiva”. “Renato acompanhou uma abordagem policial realizada de forma inadequada, ferindo direitos fundamentais do cidadão em questão”, diz o texto.
“O vereador questionou o método, que é corriqueiramente aplicado pela Polícia Militar. Entretanto, em total desrespeito às prerrogativas inerentes à sua posição, mesmo tendo se identificado como advogado e vereador, Renato foi levado preso ao Batalhão da Polícia Militar, em condições absolutamente desproporcionais e inadequadas com relação à sua dignidade”, segue o texto.
Polícia alega desobediência na abordagem
Também em nota, a Polícia Militar indicou que recebeu uma denúncia anônima de perturbação de sossego na Praça 29 de Março. De acordo com o texto, ao chegar ao local, a equipe “constatou o uso de uma caixa de som por um rapaz, pediu a ele que o volume fosse baixado, o qual se negou de maneira ríspida”.
“O policial, então, anunciou a abordagem, mas o rapaz se negou novamente, alegando que a ação dos policiais seria um ‘ato racista’, e incitou outras pessoas que praticavam basquete na praça (ação esta não permitida no momento devido aos decretos) para recuperar a caixa de som”, diz a PM.
“Neste momento, um homem que identificou-se como vereador, teria utilizado a força para retirar o equipamento das mãos do policial alegando irregularidade. Os policiais militares dialogaram com o vereador por vezes para que ele entregasse a caixa, porém sem sucesso. A situação passou a reunir pessoas e a equipe policial pediu reforço, informando ao vereador que ele incorreria em desobediência e resistência caso continuasse”, diz a nota.
“Os policiais militares retomaram a caixa de som e, após a interferência do vereador na ocorrência, encaminharam ele juntamente com outros dois jovens (o que estava com droga, o proprietário da caixa de som e o vereador), todos por crimes de menor potencial ofensivo à 1ª Companhia do 12º Batalhão para lavratura de Termo Circunstanciado de Infração Penal, sendo liberados na sequência. Com um quarto rapaz que estava ao redor, também tentando evitar a abordagem policial, foi encontrada uma caixa de cigarros contrabandeados, o qual foi autuado por contrabando e encaminhado à Polícia Federal”, diz a PM.
“Os procedimentos aplicados na ocorrência pelos policiais seguiram as técnicas da Polícia Militar e respeitaram os direitos humanos. (…) A abordagem policial e a identificação a um agente da segurança pública são previstas na lei e instrumentos importantes para a identificação de pessoas em qualquer situação, seja ela corriqueira ou de crime ou contravenção”, finaliza a nota.