Quando uma empresa de tecnologia se torna um “unicórnio” significa que superou a marca de US$ 1 bilhão na avaliação de mercado, o que é uma raridade e motivo de honra para empreendedores e investidores. Mas, em 2021, houve uma expansão desse “clube”. De acordo com a consultoria CB Insights, 209 startups se tornaram unicórnio até 22 de junho, um recorde. Em termos de comparação, no ano passado 120 companhias se tornaram unicórnios; em 2019, foram 123 e, em 2018, 122. No mundo, já são 725.
Segundo os especialistas, alcançar o status de unicórnio é indicação de que a empresa conseguiu “provar” o seu modelo de negócio — existindo uma base de clientes que pode crescer porque seu produto é viável. Mas os motivos estão indo além do que as empresas oferecem, noticiou o jornal O Estado de S. Paulo.
A alta adoção de tecnologia durante a pandemia de covid-19 impulsionou as startups. E a queda dos juros básicos, em nível global, aumentou o apetite por risco, fazendo crescer a procura por investimentos em tecnologia, o único setor em alta na renda variável.
“Com tanta liquidez no mercado e menos empresas disponíveis para investir, a avaliação dessas startups sobe mais rapidamente e é por isso que vemos cada vez mais unicórnios”, afirma o presidente e fundador da empresa de inovação Distrito, Gustavo Araújo. “Inclusive, pode existir empresa por aí que talvez nem fosse unicórnio em um momento de taxa de juros mais equilibrada.”
No Brasil
De 2016 até hoje, o Brasil produziu apenas 16 companhias que foram avaliadas em mais de US$ 1 bilhão, segundo a ABStartups. Delas, somente uma é um gigante mundial, de acordo com o ranking da CB Insights: o banco digital Nubank, com valor superior a US$ 30 bilhões, é a sétima maior startup do mundo e o único “decacórnio” (startup avaliada em mais de US$ 10 bilhões) do país. O QuintoAndar, que facilita compra e aluguel de imóveis, avaliado em US$ 4 bilhões, está em segundo lugar no ranking nacional.
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