Autoridades de Kumbalangi tentam desmantelar a rede desde o início de 2020, quando 2 mil barcos invadiram o local
As restrições impostas pela Covid-19 têm dificultado o desmantelamento de milhares de redes de pesca armadas sem autorização por pescadores chineses no distrito indiano de Kumbalangi, no Estado litorâneo de Kerala.
Conforme o diário “The Hindu”, o governo local tenta desmantelar as redes de pesca desde o início de 2020. São cerca de 2 mil redes que obstruem a passagem de embarcações e comprometem o trabalho de pescadores locais.
O sindicato de pescadores de Kumbalangi afirma que pessoas de outros países e de Estados indianos são contratadas pelos chineses para trabalhar na região. Com a grande quantidade de barcos de fora, a comunidade pesqueira local sofre com a escassez de frutos do mar, seu principal meio de subsistência.
Embora as redes sejam armadas sem autorização, a ausência de legislação dificulta a retirada das embarcações estrangeiras das águas da região. As autoridades de Kumbalangi não exigem licença para pescar no local, como forma de facilitar o trabalho da população local.
“Essa medida abre margem para que criminosos se aproveitem do sistema de forma inapropriada”, disse John Martin, secretário do Departamento de Pesca do distrito. Segundo ele, o próximo passo é restringir o movimento das embarcações de pesca devido à proliferação das redes chinesas.
Expansão chinesa
O uso inapropriado da pesca em Kumbalangi não é o único que envolve a China ao redor do mundo. Países como Filipinas, Indonésia, Gana, Nigéria e Equador já identificaram as chamadas “milícias pesqueiras” chinesas em suas Zonas Econômicas Exclusivas.
A operação é sempre parecida: fora da jurisdição, as embarcações “apagam” o rastreamento por satélite e invadem áreas restritas sem serem detectadas – uma prática proibida pelas leis internacionais.
Covid-19 na Índia
Apesar da onda de Covid-19 estar decrescente na Índia, muitos Estados ainda tentam lidar com as contaminações pelo vírus, como é o caso de Kerala. O país asiático está prestes a alcançar os 30 milhões de casos, apontam os registros oficiais. Há mais de 383 mil mortes – com evidências de subnotificação.