Projeto 100 Women destaca, em 2021, mulheres que estão fazendo sua parte para reinventar nossa sociedade, nossa cultura e nosso mundo.
Microbiologista Natalia Pasternak — Foto: Divulgação
A BBC divulgou nesta terça-feira (7) sua lista anual de 100 mulheres inspiradoras e influentes de todo o mundo.
Em 2021, o projeto 100 Women destaca aquelas que estão fazendo um ‘reset’ — ou seja, mulheres fazendo sua parte para reinventar nossa sociedade, nossa cultura e nosso mundo.
Estão na lista Malala Yousafzai, a mais jovem vencedora do Prêmio Nobel da Paz, a primeira mulher primeira-ministra de Samoa, Fiamē Naomi Mata’afa, a professora Heidi J Larson, que chefia o Vaccine Confidence Project, e a aclamada autora Chimamanda Ngozi Adichie.
A lista inclui também uma brasileira: a microbiologista e divulgadora científica Natalia Pasternak Taschner, que trabalhou no combate à desinformação no país durante a pandemia de Covid-19.
Chimamanda Ngozi Adichie — Foto: GloboNews
As mulheres do Afeganistão são metade da lista deste ano, algumas das quais aparecem sob pseudônimos e sem fotos para sua própria segurança. O ressurgimento do Talibã em agosto de 2021 mudou a vida de milhões de afegãos — meninas foram proibidas de receber educação secundária, o ministério da mulher foi dissolvido e em muitos casos mulheres foram proibidas de voltar ao trabalho. A lista deste ano reconhece o escopo de sua bravura e suas realizações ao reconfigurar suas vidas.
Malala Yousafzai posa para foto no pátio do hotel Villa Bahia, em Salvador, após conceder entrevista ao G1, em 2018 — Foto: Egi Santana/G1
Como foram escolhidas as 100 mulheres?
A equipe do projeto da BBC 100 Women elaborou uma lista com base em nomes reunidos por elas e sugeridos pelas equipes de idiomas do Serviço Mundial da BBC. Procuramos candidatas que chegaram às manchetes ou influenciaram histórias importantes nos últimos 12 meses, bem como aquelas que têm histórias inspiradoras para contar, conquistaram algo significativo ou influenciaram suas sociedades de maneiras que não necessariamente virariam notícia.
O conjunto de nomes foi então avaliado em relação ao tema deste ano — mulheres que estão tentando fazer um ‘reset’ (reiniciar), desempenhando sua parte para reinventar nosso mundo depois que a pandemia forçou muitas de nós a reavaliar a maneira como vivemos. Também foi avaliada a representação regional e devida imparcialidade, antes que os nomes finais fossem escolhidos.
Mulheres afegãs em protesto em Cabul, em 7 de setembro de 2021 — Foto: Hoshang Hashimi / AFP
Este ano, a iniciativa BBC 100 Women tomou a decisão sem precedentes de dedicar metade da lista a mulheres de um país – o Afeganistão. Os recentes acontecimentos no país ganharam as manchetes e deixaram milhões de afegãos questionando seu futuro, enquanto grupos de direitos humanos se manifestaram temendo que a liberdade das mulheres pudesse ser corroída em um futuro previsível sob o Talebã.
Ao dedicar metade da lista às mulheres que são de lá ou trabalham no país, queríamos destacar quantas dessas mulheres foram forçadas a desaparecer das áreas da vida pública, bem como compartilhar a voz de quem está sendo cada vez mais silenciada ou que faz parte de uma nova diáspora afegã.
Em 3 de dezembro, o Talibã emitiu um decreto em nome de seu líder supremo instruindo os ministérios “a tomar medidas sérias” sobre os direitos das mulheres. O decreto estabelece as regras que regem o casamento e a propriedade das mulheres, afirmando que as mulheres não devem ser forçadas ao casamento e não devem ser vistas como “propriedade”. Mas esta declaração foi criticada por não mencionar a educação secundária das meninas e os direitos restritos das mulheres ao emprego.
Algumas das mulheres afegãs da lista são anônimas para protegê-las e às suas famílias, com seu consentimento e seguindo todas as políticas editoriais e diretrizes de segurança da BBC.
Por BBC