Sequestros já são vistos como tática de guerra comum em Cabo Delgado, região imersa em violência extremista desde 2017.
Os grupos jihadistas de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, sequestraram 51 crianças em 2020. Em relatório, a organização humanitária Save The Children apontou que é cada vez mais comum usar tal crime como “tática de guerra”.
Uma investigação indica que as crianças sequestradas são vítimas de violência sexual e casamento precoce. Muitas são usadas como combatentes ao lado dos extremistas, que lutam para dominar a região rica em gás natural.
A maioria teria sido raptada durante as ofensivas violentas contra comunidades de Cabo Delgado, como o ataque a Palma, em março. Com centenas de desaparecidos, fica difícil precisar quem foi morto e quem está sob a mira dos sequestradores. Por isso, a entidade estima que o número de crianças raptadas seja ainda maior.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha registrou mais de 2,6 mil apelos de pessoas que perderam familiares para os jihadistas – especialmente crianças e adolescentes – entre setembro de 2020 e abril de 2021.
Além de Moçambique, outros 20 países em conflito registram o sequestro de dezenas de milhares de crianças. Na sua maioria, as crianças atuam como soldados e acabam expostas a níveis extremos de violência.
Fonte: https://areferencia.com/