De acordo com a corregedoria, a policial “está desequilibrada” e o pedido de prisão foi necessário
Rafaela Luciene Motta Ferreira(40), foi presa nesta quarta-feira (1º), por descumprir uma medida restritiva, que a proibia de se aproximar de um de seus ex-namorados.
A policial foi presa atendendo ao pedido feito da corregedoria da corporação, do Distrito Federal (DF), após a agente furar os pneus do carro de um ex-namorado, no último domingo (28). A audiência de custódia, realizada hoje (2), determinou a prisão preventiva – por tempo indeterminado e Rafaela será encaminhada à Penitenciária Feminina de Brasília.
O corregedor da Polícia Civil, Adval Cardoso, informou que o episódio é “constrangedor e lamentável”. De acordo com ele, a policial “está desequilibrada” e o pedido de prisão foi necessário.
O caso:
Na madrugada de domingo (28), Rafaela, que estava impedida de se aproximar do ex-namorado pela Justiça, foi até a residência dele e furou os pneus de seu carro. Quando percebeu o que acontecia a vítima tentou conter a policial.
O ex-namorado derrubou Rafaela, mas acabou levando duas facadas e uma mordida no peito. Em seguida, ele conseguiu conter a agente, até a chegada da Polícia Militar.
Rafaela foi levada à 2ª Delegacia de Polícia, onde assinou um termo circunstanciado e foi liberada. Em seu depoimento, ela contou que “passou ocasionalmente pela rua do ex-namorado e que o homem correu e pulou em cima dela”.
Segundo Rafaela, ele se machucou com um canivete ao tentar agredi-la. A policial também nega ter furado os pneus dos carros da vítima.
O ex-namorado foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e aos investigadores, ele contou que já registrou “várias” ocorrências contra Rafaela, inclusive por ela já ter furado pneus dos carros dele em outras ocasiões. O caso foi registrado como lesão corporal e dano.
Histórico de agressões:
A policial, Rafaela Luciene Motta Ferreira já foi presa e condenada, em outras oportunidades, por perseguir outros ex-namorados.
Em agosto deste ano, Rafaela foi detida depois de invadir a Corregedoria da Polícia Civil, para tentar impedir o depoimento de outro ex-namorado, que a estava denunciando. Ela ficou 21 dias presa.
À época, os policiais também encontraram na casa da agente uma espécie de “diário” onde havia uma série de ameaças a ex-namorados. Em uma das páginas estava escrito: “Vou pagar quantos assassinos de plantão forem necessários para acabar com a vida de todos eles”. A defesa de Rafela nega que ela seja a autora dos textos mas confirma que o diário pertencia a agente.
Já em 2018, um outro ex-namorado de Rafaela também a denunciou à Justiça, alegando que a conheceu através de um aplicativo e os dois acabaram se relacionando por pouco tempo, pois o homem se sentiu ‘ameaçado’ pela agente e terminou o romance.
De acordo com informações do Ministério Público, a policial passou a perseguir o ex-namorado, chegando a ligar, em apenas um dia, 98 vezes para o celular da vítima.
Em conversa, de acordo com o processo, a policial falou que “ele não sabia com quem estava mexendo” e que ele estava “mexendo com fogo”. Além disso, fez também, ameaças aos familiares do ex-namorado.
“Acho que você devia ter um pouquinho mais de precaução. Você tem família aqui, você tem pai idoso, tem mãe idosa, eles moram sozinhos. Você tem irmã, tem sobrinho, então para de ser idiota”, teria dito a policial.
por fim, existe ainda, contra Rafaela, uma sentença de março de 2020, onde ela foi condenada, em primeira instância, por “coação no curso do processo” – quando se usa violência ou ameaça para favorecer interesse próprio ou alheio.
Segundo a Justiça, a vítima também era um ex-namorado. Rafaela respondeu em liberdade, recebeu pena restritiva de direitos, mas recorreu da decisão.
Atualmente, a policial está afastada do serviço em razão de licença médica. Além de responder por processos administrativos, ela também teve as armas recolhidas.
Jornal de Brasília