Estefany nasceu de uma cesárea com 61 centímetros. “Ela será o xodó da família. O que mais quero é vê-la em casa”, disse o pai Paulo César Santana Evangelista.
Estefany Araújo Evangelista nasceu com mais de 7kg e com 61 cm no hospital da Fundação da Santa Casa de Misericória, em Belém — Foto: Divulgação/Santa Casa
Um bebê de 7,038 quilos e com de 61 centímetros nasceu no dia 15 de novembro, Belém. O “superbebê”, como são chamados recém-nascidos com mais de 4 quilos, virou uma celebridade entre médicos e enfermeiros do hospital da Santa Casa de Misericórdia.
“Ela é uma bebê muito fofa, grande e linda. Como ela foge do nosso padrão de tamanho de recém-nascido, a princípio ela foi acomodada em um berço aquecido, pois não coube dentro do isolete que a gente normalmente usa. Ela é o xodó de toda a equipe”, relatou a médica pediatra neonatologista Olívia Mota.
Estefany é filha do casal de agricultores Francilene do Espírito Santo Araújo e Paulo César Santana Evangelista, moradores da localidade de Igarapé Mocoonzinho, no município de Acará, nordeste do estado.
Roupas pequenas preocupam o pai
Com a mãe Francilene bem de saúde após o parto cesárea, o pai Paulo revelou que vive um sentimento que mistura alívio, surpresa e preocupação.
Segundo ele, o alívio e a surpresa vieram ao longo processo do parto que transcorreu bem. A esposa e a filha, que por ser um bebê grande demais e fora dos padrões, está em observação no hospital.
A preocupação está nas roupas da criança. Por morar em uma cidade do interior do estado, trouxe na mala as roupinhas para recém-nascido comum, que não couberam em Estefany.
“Não deu nela pelo tamanho. Agora estamos sem as roupas ideais para nossa filha. Agora temos que fazer um novo enxoval que atenda o seu tamanho”, disse o pai.
Essa foi a primeira gravidez de Francilene. Paulo já tem dois filhos de outro casamento. Ela acredita que a filha nasceu grande porque comeu muito durante a sua gestação. Os médicos falam que ela teve diabetes gestacional.
“A médica disse que a minha filha precisa ficar mais um pouco aqui por causa que nasceu muito grande. Lá em casa, souberam que ela é grandona pelas fotos do celular”.
Família ansiosa
Paulo César está contando os dias para que a esposa e filha recebam alta. Segundo o pai, a chegada deles na comunidade de Igarapé Mocoonzinho será celebrada pela família.
“Não vejo a hora dela chegar lá em casa, os avós possam vê-la e os dois irmãos dela, que tive no primeiro casamento. Agora Deus nos deu a Estefany. Estou muito feliz por isso. Ela será o xodó da família. O que mais quero é vê-la em casa”, disse.
A bebê é a primeira menina da família.
“A expectativa agora é cuidar dela, vê-la crescer e educar que é um dos primeiros caminhos de tudo”, completou.
E essa expectativa é confirmada pela a avó Benedita Bastos, de 58 anos.
“Ela é a primeira neta e estamos todos muito felizes com a chegada dela. Estamos torcendo para que ela saia logo, pois lá em casa todo mundo está esperando por Estefany”.
‘Superbebês’ e a diabetes gestacional
Se por um lado o tamanho da Estefany a colocou no hall de celebridades no hospital da Santa Casa, em Belém, por outro, os cuidados com a bebê são redobrados.
De acordo com a médica pediatra neonatologista Olívia Mota, recém-nascidos que nascem com pesos superior a 4 quilos acontecem porque a mãe adquiriu o diabetes gestacional.
“As mães que têm diabetes gestacional dão à luz a crianças muito grandes, normalmente são bebês maiores que quatro quilos, e não tão grandes quanto a nossa Estefany que surpreendeu pelo peso que nasceu. Uma das prováveis causas da Estefany ter nascido tão grande foi a diabetes gestacional da mãe”
Estefany precisa de cuidados especiais por causa da hipoglicemia e também podem apresentar problemas cardíacos.
“Ainda não conseguimos tirar o soro devido ao episódio de hipoglicemia. Ela já foi avaliada pela cardiologista, que passou medicação, e vai precisar ser acompanhada por esse profissional após a alta, mas por enquanto a gente mantém a medicação que a cardiologista orientou. Para receber alta, a gente precisa terminar o tratamento de antibiótico”, concluiu a médica.
Por Arthur Sobral, g1 Pará — Belém