Segundo os órgãos, a maioria das doses contra o coronavírus já chega aos países africanos perto da data de validade
Entidades africanas de saúde se uniram em um comunicado para alertar sobre a condição das vacinas contra Covid-19 doadas para o continente, onde a taxa de imunização ainda é baixa. Segundo os órgãos, a maioria das doses contra o coronavírus já chega aos países africanos perto da data de validade.
“As doações de doses têm sido uma importante fonte de abastecimento enquanto outras fontes estão se intensificando, mas a qualidade das doações precisa melhorar […] A maioria das doações até o momento tem sido com pouca antecedência e vida útil curta”, disseram o CDC da África (Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África); o Covax, uma iniciativa da OMS (Organização Mundial da Saúde); e a Avat (African Vaccine Acquisition Trust).
As entidades reconheceram que as doações compõem parte importante do programa de imunização na África. “Até o momento, mais de 90 milhões de doses doadas foram entregues ao continente via Covax e Avat e outros milhões através de acordos bilaterais”, fala a nota.
O pedido de atenção vem em um momento no qual os olhos estão voltados para a África pela disseminação da ômicron, variante do coronavírus. A situação também expõe a desigualdade vacinal entre nações ricas e o continente mais pobre do mundo, o que deu margem para mais uma mutação da doença.
RESPOSTA INTERNACIONAL À ÔMICRON
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um pronunciamento nesta segunda-feira (29) sobre a variante ômicron do coronavírus e afirmou que a descoberta “preocupa”. Biden aproveitou a oportunidade para pedir insistentemente que a população norte-americana se vacine.
“Eu sei que vocês estão cansados de ouvir, mas a melhor proteção contra essa variante ou qualquer outra variante é tomar a vacina e a dose de reforço. Temos vacinas, vacinas para crianças de 5 a 11 anos e vacinas para doses de reforço”, apelou o presidente.
O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, ressaltou que a emergência global representada pela variante ômicron evidencia que a crise sanitária “não acabou” e que a situação “continua sendo perigosa e precária”. “É mais uma lembrança de que embora alguns possam pensar que a covid-19 acabou, não acabou. Continuamos vivendo em ciclos de pânico e esquecimento nos quais podemos perder ganhos duramente conquistados”, disse Tedros na abertura de uma reunião extraordinária da OMS para negociar um tratado de preparação para pandemias.
Enquanto isso, a Pfizer anunciou que o laboratório já trabalha, desde sexta-feira (26), em uma versão de sua vacina da covid-19 contra a ômicron. De acordo com a farmacêutica, essa é uma medida de precaução caso o imunizante atual não seja suficientemente eficaz contra a variante.
Por Folha Press 29/11/2021