Coletivos de esquerda moveram ação na Justiça contra a corretora e escritório credenciado da empresa
A corretora XP Investimentos e seu escritório credenciado Ável podem ter de pagar R$ 10 milhões por danos social e moral. O motivo: suposta falta de diversidade no quadro de funcionários. É o que alegam coletivos feministas, negros e LGBT+, em uma ação civil pública, protocolada contra a empresa na quarta-feira 18. A insatisfação dos grupos de esquerda começou depois que a Ável publicou uma foto, no LinkedIn, mostrando cerca de 100 trabalhadores da companhia. Segundo os autores da ação, a imagem tem apenas “homens brancos e jovens”, o que denotaria falta de inclusão.
No processo, as entidades afirmam que a postagem divulgada pelo escritório Ável remete ao livro Admirável Mundo Novo, escrito por Aldous Huxley, em que se anteviu a formação de uma sociedade baseada em “clones, todos física e psiquicamente idênticos, preparados para seguir um pensamento monolítico e para reproduzir mecanicamente atribuições definidas por superiores desconhecidos”. Agora, a Justiça de Porto Alegre (RS), onde fica o Ável, deverá marcar uma audiência de conciliação entre as partes, conforme noticiou o Uol.
Reivindicações
Entre outros pontos, os coletivos de esquerda exigem da XP:
- A composição do quadro de contratados permanentes ou temporários tem de ter a mesma proporção de negros, mulheres e indígenas presentes na sociedade brasileira
- Cotas para pessoas idosas e pessoas com deficiência
- Prazo de 90 dias para apresentação de um plano de diversificação do quadro de colaboradores;
- As empresas terão de incorporar ao conselho de administração quatro novos membros, integrantes das “comunidades sub-representadas”
- A disponibilização de cursos gratuitos e estágios remunerados para promover a formação e a experiência profissional desses colaboradores
Nota da XP
“A XP está comprometida em fazer transformações significativas e reconhece que a inclusão de pessoas negras na companhia e rede de parceiros é uma questão fundamental. Nosso compromisso com a diversidade e inclusão estabelece metas internas para aumentar a contratação, em todos os cargos, de pessoas negras, mulheres, LGBTQIA+ e PCDs. Além disso, contamos com o suporte de consultores externos e coletivos de trabalhadores. Estamos trabalhando, incansavelmente, para ser cada vez mais um agente de mudança da sociedade e do mercado financeiro.”
Leia também: “Os mais recentes ataques da linguagem neutra”, reportagem publicada na Edição 71 da Revista Oeste
Revista Oeste