Quem afirma é a diretora-geral assistente para Medicamentos, Vacinação e Fármacos da agência; médica brasileira Mariângela Simão lembra que o acesso aos imunizantes ainda é muito desigual e defende alternativas como testes de Covid e quarentena.
Depois de mais de um ano e meio de pandemia de Covid-19, muitas pessoas estão ansiosas para poder retornar a uma vida normal e voltar a viajar. Vários países já estão autorizando a entrada de turistas que têm a vacinação completa.
Mas a Organização Mundial da Saúde, OMS, é contra esta política, uma vez que o acesso aos imunizantes ainda está bastante desigual.
De Genebra, a diretora-geral assistente para Medicamentos, Vacinação e Fármacos da OMS, Mariângela Simão, falou à ONU News sobre alternativas mais igualitárias que podem garantir a segurança das pessoas durante viagens.
“Em primeiro lugar, a OMS é absolutamente contrária à vacinação ser pré-requisito para viagens. Porque dada a essa enorme inequidade no acesso à vacina, você não está num ponto em que todo mundo tem acesso, todos os países têm acesso. Então a OMS tem reforçado, encorajado os países a não criarem mais barreiras do que necessário, porque tem outras formas. Antes das vacinas, você tinha países, por exemplo, que exigiam um teste rápido, um PCR para poder entrar no país, fazer outras medidas como quarentena e tudo o mais.” Aeia/Dean CalmaTestes rápidos são primeira forma de se detectar o vírus
Segurança para crianças
Segundo a representante da OMS, exigir um certificado de vacinas atualmente apenas aumentam as desigualdades.
Mariângela Simão explica que 74 países têm menos de 10% da população com a vacinação completa e a maior predominância de países com baixa cobertura está na África.
A vice-diretora-assistente da OMS destaca que ainda não foram comprovados os benefícios das vacinas contra a Covid-19 em crianças, sendo necessário aguardar por mais estudos em relação à segurança para esta faixa etária menor.
A entrevista na íntegra de Mariângela Simão estará nesta segunda-feira na página da ONU News. Unicef/Catherine NtabaddeOMS recomenda que se distribuam vacinas em áreas rurais distantes das grandes cidades